No domingo, 23 de março de 2025, Israel realizou uma incursão militar sem precedentes nas últimas duas décadas, enviando tanques e tropas terrestres do Exército a diversas localidades na Cisjordânia, em uma significativa escalada no prolongado conflito israelense-palestino. Essa operação, ordenada diretamente pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, representa a primeira vez em mais de vinte anos que o Exército israelense utiliza tanques para penetrar em territórios sob controle parcial da Autoridade Palestina, gerando preocupação e alerta internacional.
O papel do Exército israelense na operação
A incursão do Exército israelense ocorreu poucos dias após vários atentados explosivos registrados perto de Tel Aviv, que deixaram múltiplos feridos e causaram grande impacto na população israelense. Embora até o momento nenhum grupo tenha reivindicado a autoria desses ataques, autoridades israelenses justificaram a ação do Exército na Cisjordânia como uma resposta direta contra o que classificam como “infraestrutura terrorista palestina”.
As operações do Exército israelense tiveram como alvos principais cidades e campos de refugiados palestinos estratégicos, incluindo Jenin, Tulkarem e Tubas. Segundo informações iniciais do Ministério da Saúde palestino, pelo menos 27 pessoas morreram, incluindo civis, e dezenas ficaram feridas durante os confrontos. A intensidade da operação do Exército também provocou deslocamentos internos, deixando mais de 40 mil palestinos impossibilitados de retornar imediatamente às suas casas, após a declaração do ministro da Defesa israelense, Israel Katz, que antecipou que as forças do Exército permanecerão na região por pelo menos um ano.
Reações internacionais
Diversas organizações internacionais, incluindo as Nações Unidas e a União Europeia, expressaram preocupação com o impacto humanitário dessa incursão do Exército israelense e pediram moderação militar para evitar uma deterioração ainda maior da situação. Pelo lado palestino, o Ministério das Relações Exteriores classificou a ação do Exército israelense como “perigosa e ilegal”, solicitando intervenção imediata da comunidade internacional para deter o que consideram uma clara violação do direito internacional.
A situação atual traz à memória operações anteriores do Exército israelense, como a “Operação Muro de Ferro” e a “Operação Acampamentos de Verão”, ações militares que também envolveram incursões terrestres e ataques focados contra militantes palestinos. Contudo, analistas apontam que a atual incursão do Exército pode ter implicações mais profundas devido à sua magnitude e à duração prevista.
A decisão do governo israelense gerou críticas também no âmbito político interno, onde partidos de oposição alertaram que esse tipo de medida extrema pode agravar ainda mais as tensões regionais, levando a uma maior radicalização e a um ciclo interminável de violência. A Autoridade Palestina convocou manifestações massivas em repúdio à presença militar do Exército israelense, aumentando a tensão social e política.
Em termos estratégicos, Israel argumenta que a operação do Exército busca enfraquecer grupos armados palestinos e restaurar uma sensação de segurança entre sua população. No entanto, especialistas em segurança internacional alertam que incursões militares extensas desse tipo podem piorar significativamente a segurança regional a longo prazo.