A Polônia quer fortalecer sua segurança nuclear e busca apoio da França para expandir suas capacidades de dissuasão em meio à crescente incerteza sobre o compromisso dos Estados Unidos com a defesa europeia. O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, declarou: “Estaríamos mais seguros se tivéssemos nosso próprio arsenal nuclear”, mas destacou que o caminho para isso seria longo e exigiria consenso entre os aliados. A fala ocorre em um momento de tensão, após Emmanuel Macron, presidente da França, sugerir um debate sobre o uso do arsenal nuclear francês para proteger aliados no continente.
A dissuasão nuclear na Europa tem sido historicamente garantida pelo escudo dos EUA, mas a recente postura americana, especialmente sob Donald Trump, levanta dúvidas sobre sua confiabilidade. O Reino Unido mantém armas nucleares destinadas à defesa da OTAN, enquanto a França opera um programa independente. Apesar disso, há receios entre os aliados europeus sobre a disposição da França em estender essa proteção para países do Leste Europeu, como Polônia e Romênia.
Diante desse cenário, debates sobre alternativas ao atual modelo de defesa estão ganhando força. Entre as opções discutidas, há sugestões para a participação francesa no Grupo de Planejamento Nuclear da OTAN, além da possibilidade de realizar exercícios conjuntos para reforçar a cooperação estratégica. Alguns especialistas também apontam a rotação de aviões de ataque nuclear franceses em bases do Leste Europeu como um possível sinal de comprometimento.
A questão esbarra, no entanto, em desafios técnicos e políticos. A França mantém rígido controle sobre suas armas nucleares e descarta qualquer mudança no comando dessas forças. Além disso, tratados internacionais como o de Não Proliferação Nuclear impõem restrições à transferência de armas atômicas entre países. Apesar das dificuldades, o debate sinaliza uma mudança no pensamento estratégico europeu, que busca reduzir a dependência dos EUA e ampliar sua autonomia em segurança.
As discussões sobre um novo modelo de defesa europeia estão apenas começando, mas já representam um dos maiores debates nucleares no continente desde os anos 1950. A informação foi divulgada pelo portal “O cafezinho” e levanta questionamentos sobre o futuro da segurança da Europa diante das incertezas geopolíticas.