A Honda anunciou o desenvolvimento de uma nova geração de células de combustível de hidrogênio, que promete mais potência, maior eficiência e uma drástica redução nos custos de produção. Chamado de “Honda Next Generation Fuel Cell Module”, o novo sistema foi desenvolvido exclusivamente pela montadora japonesa, sem a parceria da General Motors, que esteve presente na versão anterior. Com isso, a empresa busca consolidar sua posição no setor de tecnologias de hidrogênio, mirando não apenas veículos, mas também aplicações industriais e geração de energia.
O novo módulo apresenta um avanço significativo em comparação ao seu antecessor. Ele possui uma potência de 150 kW, quase o dobro dos 78 kW gerados pelo modelo anterior, utilizado no Honda CR-V e-FCEV, um híbrido plug-in movido a hidrogênio. Além disso, o sistema opera com uma faixa de voltagem ampliada, variando entre 450 e 850 volts, o que abre possibilidades para sua utilização em veículos híbridos que utilizam baterias de alta voltagem de 800V, além de outras aplicações.
Outro grande destaque é o aumento da eficiência energética, que subiu de 56,8% para 59,8%. Além disso, a Honda conseguiu reduzir significativamente o tamanho do módulo, diminuindo seu volume de 557 litros para 300 litros. Esse avanço resulta em uma maior densidade de potência volumétrica, que saltou de 0,14 kW/l para 0,50 kW/l, tornando o sistema mais compacto e eficiente.
No entanto, apesar da redução de tamanho e do ganho em eficiência, o peso do novo módulo aumentou. Enquanto a versão anterior pesava 206 kg, o novo sistema pesa 250 kg. Esse aumento de peso, porém, pode ser justificado pela maior potência e durabilidade do equipamento. Segundo a Honda, a nova célula de combustível terá uma vida útil 66% superior à da geração anterior.
A principal vantagem desse avanço tecnológico está nos custos de produção. Em comparação ao módulo utilizado no Honda Clarity, a nova célula de hidrogênio tem um custo de fabricação cinco vezes menor. Além disso, quando comparada à versão atualmente em uso no CR-V e-FCEV, a nova tecnologia deve custar a metade para ser produzida, o que pode tornar os veículos a hidrogênio mais acessíveis no futuro.
Apesar dos avanços promissores, a Honda ainda não revelou quais modelos utilizarão a nova tecnologia quando ela entrar em produção, prevista para 2027. A empresa também destaca que, além de veículos de passeio, a célula de combustível pode ser aplicada em geradores de energia, veículos de grande porte e até maquinários pesados.
A comercialização de veículos movidos a hidrogênio ainda enfrenta desafios, especialmente pela baixa disponibilidade de postos de abastecimento. Nos Estados Unidos, a infraestrutura de hidrogênio é limitada, concentrando-se principalmente na Califórnia. No entanto, a Honda e outras montadoras, como a Toyota, continuam investindo na tecnologia e trabalhando para reduzir custos e ampliar sua adoção.
A informação foi divulgada pelo site InsideEVs, que também destacou a movimentação da Toyota no mesmo setor. A montadora japonesa, concorrente direta da Honda, anunciou recentemente um novo módulo de hidrogênio com mais autonomia e custo reduzido, reforçando a disputa pelo mercado de veículos movidos a células de combustível.