Nicolás Maduro ameaça exploração de petróleo na Guiana e aumenta tensão territorial
A crise entre Venezuela e Guiana escalou nos últimos dias. Nesta semana, o presidente venezuelano Nicolás Maduro ameaçou impedir a exploração de petróleo na região de Essequibo. Trata-se de um território rico em recursos naturais alvo de disputa entre os dois países. O impasse aumentou a preocupação internacional, principalmente após a mobilização militar guianense em resposta a uma incursão naval venezuelana.
A acusação de Maduro e as ameaças contra a Guiana
Nicolás Maduro declarou que a exploração de petróleo conduzida pela empresa americana ExxonMobil na região é “ilegal“. Além disso, afirmou que seu governo tomaria medidas para impedir tais atividades. O presidente venezuelano argumenta que a Guiana não pode conceder contratos de exploração sem uma definição clara das fronteiras, rejeitando qualquer decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ) que favoreça a nação vizinha.
A crise se intensificou quando uma patrulha da guarda costeira venezuelana se aproximou de uma instalação petrolífera da ExxonMobil em águas guianesas. Em resposta, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, mobilizou forças militares e denunciou a violação ao direito internacional. De acordo com Ali, “as fronteiras marítimas são reconhecidas pelo direito internacional, e esta é uma questão de grande preocupação”.
Repercussão internacional e apoio à Guiana
O episódio atraiu a atenção da comunidade internacional. Os Estados Unidos e a Organização dos Estados Americanos (OEA) condenaram as ações venezuelanas. Posteriormente, reforçaram seu apoio à integridade territorial da Guiana. A OEA classificou a incursão como uma “ameaça à estabilidade regional” e exigiu que a Venezuela cessasse suas “manobras agressivas”.
O conflito territorial entre Venezuela e Guiana remonta à Sentença Arbitral de Paris de 1899, que concedeu o território de Essequibo à então Guiana Britânica. A Venezuela contestou essa decisão. Então, em 1966, assinou o Acordo de Genebra com o Reino Unido, buscando uma solução negociada. No entanto, o impasse persiste e atualmente a questão está sob análise da CIJ.
Escalada pode levar a confronto militar?
Com a presença de navios venezuelanos na região e a crescente militarização da Guiana, especialistas alertam para o risco de um confronto armado. Se a Venezuela tentar bloquear fisicamente as operações da ExxonMobil, os Estados Unidos podem intervir, ampliando a crise.
Enquanto Nicolás Maduro insiste em sua posição, a Guiana busca sobretudo apoio diplomático para garantir a continuidade da exploração petrolífera e a segurança de suas instalações. O desfecho desse impasse dependerá da capacidade das partes envolvidas de evitar uma escalada irreversível do conflito.