Ana Paula Magalhães de Albuquerque e Lima, servidora efetiva da Câmara dos Deputados que aparece em relatório da Polícia Federal que investiga esquema de fraude em licitações públicas, ganhou do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, o grau de Cavaleiro no Corpo de Graduados Especiais da Ordem do Mérito Militar.
O presente para Ana Paula foi concedido no dia 26 de março e oficializado por portaria assinada pelo ministro divulgada em 28 de março no DOU (Diário Oficial da União).

Criada pelo Decreto número 24.660, de 11 de julho de 1934, a Ordem do Mérito Militar pode ser concedida a militares, instituições e cidadãos nacionais e estrangeiros que tenham prestado notáveis serviços ao país e às Forças Armadas e é composta pelos graus cavaleiro, oficial, comendador, grande-oficial grão-cruz.
O teor do relatório da Polícia Federal foi revelado por Caio Junqueira, da CNN, em dezembro de 2024. Na época, Ana Paula era assessora do senador Davi Alcolumbre (União-AP), agora presidente do Senado, e teria contato direto com o empresário Marcos Moura, preso sob a acusação de liderar o esquema criminoso.
Atualmente, a servidora também é membra do Conselho de Administração da Pré-Sal Petróleo S/A, empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia, e, segundo o Estadão, foi indicada justamente por Alcolumbre.
De acordo com o portal da transparência da Câmara dos Deputados, Ana Paula tem uma remuneração fixa de R$ 40,8 mil reais e, em março deste ano, usufruiu de vantagens de natureza pessoal de R$ 6,1 mil reais. Com os descontos de abate-teto, contribuição previdenciária e imposto de renda, a servidora ficou com R$ 29 mil líquidos.