Nos últimos meses, a Turquia tem intensificado os esforços para adquirir 40 caças Eurofighter Typhoon, modernos jatos de combate europeus. A negociação avançou a ponto de dois desses caças serem enviados ao território turco para avaliação pela Força Aérea local. Um ponto crucial imposto por Ancara é a exigência de que os caças venham equipados com os mísseis METEOR, um dos mais avançados mísseis ar-ar do mundo.
O METEOR também está presente na frota brasileira, integrando os caças Gripen da Força Aérea Brasileira (FAB). A possível transferência dessa tecnologia sensível à Turquia causou reação imediata por parte da Grécia, rival histórica dos turcos, que formalizou sua oposição à venda dos mísseis. O governo grego afirma que o negócio ameaça a estabilidade regional e é incompatível com os laços estratégicos entre a Grécia e a França.
Grécia oficializa pedido de veto à venda de mísseis para a Turquia
O ministro da Defesa da Grécia afirmou ter comunicado diretamente ao embaixador francês em Atenas sua “forte oposição” à possível venda dos mísseis METEOR à Turquia. Ele solicitou que a França exerça seu poder de veto dentro do consórcio europeu MBDA — responsável pela fabricação do armamento — formado por França, Reino Unido, Alemanha e Itália. Para que a venda ocorra, todos os membros do consórcio precisam aprovar a transação.
A rivalidade entre Grécia e Turquia se intensificou nas últimas décadas, principalmente por disputas territoriais no mar Egeu. Em diversas ocasiões, aviões de combate dos dois países protagonizaram interceptações aéreas tensas, chegando próximo de confrontos militares. Um episódio notório envolveu um Mirage 2000 grego travando a mira sobre um F-16 turco.
A informação foi divulgada por “Águias de Aço”, canal especializado em aviação militar, que acompanha de perto os desdobramentos da disputa geopolítica entre as nações da OTAN. O canal também apontou que o Reino Unido estaria negociando com a França uma saída diplomática para viabilizar a venda.
Enquanto isso, a Grécia reforça sua força aérea com jatos Rafale armados com mísseis METEOR e negocia a aquisição de caças F-35 dos Estados Unidos, mantendo sua vantagem aérea na região.