Em meio às festividades do Carnaval 2025, a Polícia Militar do Rio de Janeiro alcançou a marca expressiva de 500 prisões realizadas exclusivamente pelo sistema de reconhecimento facial. A prisão que completou a marca ocorreu nesta terça-feira de Carnaval (04/03), próximo ao Sambódromo, quando policiais do 4° BPM (São Cristóvão) prenderam um homem com mandado de prisão por roubo.
O governador do Rio, Cláudio Castro, comemorou o resultado destacando o papel crucial da tecnologia para reforçar a segurança pública. “Essa ação corrobora com o investimento do Estado em tecnologia, assim como na capacitação dos nossos policiais para garantir segurança à população. O uso do reconhecimento facial reforça nosso compromisso com a segurança pública”, afirmou Castro.
Desde o início do Carnaval carioca, em 28 de fevereiro, a Polícia Militar já identificou 12 pessoas com mandados de prisão abertos, cinco delas no Centro da Cidade. A vigilância intensiva acontece no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), onde policiais militares monitoram câmeras instaladas em pontos estratégicos da cidade, como sambódromos, blocos, praias, estações de transporte público e rodovias.
No total, são mais de 260 mil dispositivos de vigilância eletrônica conectados diretamente ao sistema, incluindo 13 mil câmeras corporais portáteis usadas pelos próprios policiais.
A falta de efetivo policial no Rio
Contudo, apesar do avanço tecnológico significativo, a segurança pública no Rio enfrenta um desafio crítico: a falta de efetivo policial. Documentos obtidos pelo jornal O Globo revelam que há um déficit de mais de 17 mil agentes, representando cerca de 30% do contingente ideal necessário para as atividades da corporação. Atualmente, dos 42 mil PMs ativos, apenas 52% estão dedicados ao policiamento ostensivo, atividade considerada prioritária pela Constituição Federal.
Essa situação evidencia que, mesmo com o crescente investimento em tecnologia, a insuficiência de pessoal nos órgãos de segurança continua sendo um ponto fraco na estratégia de segurança pública carioca. Especialistas sugerem que, para melhorar significativamente a sensação de segurança no estado, é fundamental resolver o déficit de policiais, garantindo que o avanço tecnológico seja acompanhado por um efetivo adequado para responder às demandas da população.
O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, destacou que “o governo tem feito grandes investimentos tecnológicos em segurança pública, garantindo o monitoramento contínuo de locais com grande concentração de público”. Porém, analistas alertam que tecnologia por si só não é suficiente, sendo indispensável solucionar rapidamente o problema do efetivo reduzido para assegurar resultados ainda mais satisfatórios.