São Paulo “protege” o Brasil? A dependência econômica do estado mais rico do país
Proteger seria uma palavra forte. Mas, de acordo com especialistas ouvidos pela Revista Sociedade Militar, São Paulo, sim, sustenta o Brasil. E muito. São Paulo é, de longe, o estado que mais gera riqueza no país. Além disso, também acaba financiando boa parte dos outros estados que não conseguem se sustentar sozinhos.
O estado tem a maior economia do Brasil e da América Latina, sendo a 21ª maior do mundo. Isso significa que, enquanto algumas regiões do país vivem basicamente de repasses federais, São Paulo arrecada muito mais do que recebe de volta. O saldo negativo no retorno de impostos é enorme, porque o dinheiro arrecadado aqui é redistribuído para estados com economias mais frágeis.
São Paulo: a locomotiva que puxa vagões pesados
O estado concentra as maiores empresas do Brasil. AMBEV, JBS, Bradesco e tantas outras gigantes estão presentes em São Paulo. Sua economia diversificada, que vai da indústria ao agronegócio e ao setor de tecnologia, mantém o país funcionando. Mas a questão é: São Paulo se beneficia disso? Em termos de infraestrutura e investimentos, não tanto quanto deveria. O que volta para o estado em forma de repasses federais é bem menor do que o que ele contribui.

Esse desequilíbrio gera uma discussão recorrente: até quando São Paulo continuará bancando outros estados do Brasil sem uma contrapartida justa? O estado já tentou, em diversas ocasiões, negociar um modelo de distribuição de impostos mais equilibrado. Mas qualquer mudança nesse sentido enfrenta forte resistência política.
E se São Paulo resolvesse parar de pagar a conta?
De acordo com especialistas, se São Paulo ficasse com tudo que arrecada, teria dinheiro para infraestrutura de primeiro mundo. Mas como grande parte do bolo vai para Brasília e depois é redistribuída, o estado precisa se virar para manter sua estrutura funcionando. Isso alimenta um sentimento de insatisfação entre muitos paulistas, que se veem pagando a conta enquanto outros estados não têm incentivos reais para se tornarem autossuficientes.
No fim das contas, São Paulo mantém o Brasil de pé. Mas até quando? Essa é a verdadeira questão.