O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou neste sábado uma visita ao Vietnã, país com o qual o Brasil tem ampliado relações comerciais e diplomáticas ao longo dos últimos anos. O Vietnã é um pais socialista com um só partido. Durante a estadia, Lula recebeu homenagens especiais, entre elas uma escultura que reproduz a fachada do Museu Militar do Vietnã, inaugurado em novembro de 2024.
O que Lula talvez não saiba é que a escultura traz em si a Torre da Vitória, que possui 45 metros de altura, construída em referência ao ano de 1945, quando o Vietnã conquistou sua independência nacional. Ao longo de sua história os vietnamitas utaram lutando contra países como EUA (1954 a 1975) e França.
A base do monumento é um pentágono, representando as cinco categorias consideradas como fundamentais da sociedade socialista vietnamita: intelectuais, fazendeiros, trabalhadores, empreendedores e soldados. Governado sob uma política de Estado socialista, o país mantém o Partido Comunista como força política única e se destaca hoje pela sua indústria manufatureira e agricultura.
Um parceiro comercial de peso e abertura para o Oriente
O Brasil, segundo o governo federal, enxerga o Vietnã como um parceiro estratégico para acessar o mercado asiático, enquanto o Vietnã vê no Brasil a porta de entrada para o Mercosul e América Latina. Durante o encontro com o primeiro-ministro vietnamita Pham Minh Chính e o presidente Luong Cuong, Lula anunciou uma série de acordos importantes.
Entre as negociações mais destacadas estão a possibilidade de compra de até 50 aeronaves da Embraer por parte do Vietnã, com discussões já avançadas sobre a aquisição inicial de 10 aeronaves E190 pela companhia aérea Vietnam Airlines. Além disso, uma grande empresa brasileira de carnes, possivelmente a JBS, poderá investir cerca de US$ 100 milhões em uma planta de processamento no país asiático, marcando uma inédita expansão brasileira nesse setor no continente.
A visita teve um peso simbólico, mas também foi considerada como um ato pragmático. Lula disse que esta foi a viagem mais produtiva que o Brasil já realizou ao Vietnã, reforçando a ideia de que ambos os países têm muito a ganhar fortalecendo seus laços econômicos e culturais. Desde a primeira visita de Lula ao país, há 17 anos, o comércio bilateral saltou de US$ 534 milhões em 2008 para impressionantes US$ 7,7 bilhões em 2024, com uma meta de alcançar US$ 15 bilhões até 2030.
A mídia vietnamita exaltou a passagem de Lula, considerada como um marco para negociações promissoras, incluindo a área de defesa: “Plano de Ação para Implementar a Parceria Estratégica para 2025-2030, um roteiro ousado que descreve a colaboração em seis pilares principais: política, defesa, segurança e desafios globais; laços econômicos, comerciais e de investimento; ciência, tecnologia e inovação; mudança climática e proteção ambiental; educação, cultura, esportes, turismo e diplomacia interpessoal; bem como assuntos consulares e apoio comunitário”, disse o jornal Nhandan.