Pouca gente tem conhecimento, mas o Exército Brasileiro elaborou uma cartilha detalhada com orientações sobre o trabalho remoto seguro a ser realizado por membros das instituição. A publicação, divulgada em âmbito interno, reforça a seriedade com que a Força Terrestre, hoje comandada pelo General Tomás Miguel Miné, encara a Cibersegurança e a proteção das informações institucionais, mesmo fora dos limites físicos das Organizações Militares (OM), dentro das residências dos próprios militares.
Trabalho remoto no Exército, seguro em qualquer lugar
Com o título “Trabalho Seguro em Qualquer Lugar”, a cartilha integra a Campanha de Conscientização Cibernética do Exército e – segundo mencionado na mesma – foi baseada em materiais do Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br). O conteúdo é bastante direto e educativo, reunindo boas práticas essenciais para militares e servidores civis que atuam remotamente.
Um dos pontos centrais do documento é o respeito às regras institucionais. A orientação é clara: jamais tentar burlar os controles de segurança. Caso alguma medida dificulte a execução do trabalho, o servidor deve reportar ao superior hierárquico, sem improvisos que comprometam a integridade dos sistemas.
Familiares não podem usar o computador para o trabalho
A cartilha sobre o trabalho remoto também recomenda que nas residências de faça o uso exclusivo do computador de trabalho para atividades profissionais ligadas ao Exército Brasileiro. Essa separação evitaria, segundo a recomendação, o uso indevido por familiares ou a instalação de softwares não autorizados, reduzindo as chances de infecção por malwares e vazamentos de dados.
” Utilize a VPN corporativa. Use conexão segura para acessar sistemas conectados diretamente à Internet …”
Outros tópicos abordados envolvem o uso de senhas fortes e autenticação em dois fatores, a manutenção de sistemas atualizados, o uso de VPN corporativa para acessos remotos, e a adoção de ferramentas de segurança como antivírus, firewall e criptografia de disco.

O militar pode ser punido se vazarem dados sensíveis
Além disso, há orientações específicas para o tratamento de dados sensíveis, exigindo o uso de canais oficiais para comunicação, cópia apenas dos dados necessários e sua exclusão após o uso. A cartilha reforça que o vazamento de informações pode acarretar consequências legais, especialmente sob a vigência da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
“… o aumento do trabalho remoto atraiu a atenção dos atacantes para o ambiente do usuário com o objetivo de ganhar a cesso a redes e sistemas corporativos. uma conta invadida ou um computador infectado pode ser a porta de entrada para ataques contra sua organização militar, causando prejuízos a todos, inclusive você.”, diz outro trecho do manual.
Por fim, a cartilha orientadora sobre trabalho remoto no âmbito da força terrestre, deixa bem claro que qualquer atividade suspeita deve ser rapidamente comunicada à seção de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC) da Organização Militar. A resposta rápida a um possível incidente é considerada crucial para mitigar danos e evitar maiores problemas para o Exército Brasileiro e para a própria sociedade brasileira como um todo.