Na última quinta-feira, 6 de março, oito bombas MK-82 de 225 quilos foram lançadas sobre a cidade de Pocheon, a 35 km da fronteira com a Coreia do Norte, dentro da Coreia do Sul, ferindo ao menos 15 pessoas, algumas em estado grave. O exercício, ironicamente, visava “fortalecer a prontidão da aliança para ameaças da Coreia do Norte e outras”, segundo o Estado-Maior Conjunto de Seul.
Erro humano em meio a tensões regionais
A Força Aérea sul-coreana confirmou que as bombas foram lançadas fora da área de tiro designada após um piloto inserir coordenadas incorretas. As explosões atingiram casas, uma igreja católica e uma estufa, causando danos significativos. “Lamentamos os danos causados pelo acidente e desejamos uma rápida recuperação aos feridos”, disse a Força Aérea em comunicado, informa o Poder 360.

Imagens de câmeras de segurança capturaram o momento do impacto, que deixou moradores em choque. Park Seong-sook, uma idosa de 70 anos, descreveu o barulho como “ensurdecedor” e disse ter pensado que “uma guerra havia começado”, relata Metrópoles/Deutsche Welle.
Tensões com Coreia do Norte e Rússia
O incidente ocorre em um momento de tensões crescentes na península coreana, com a aproximação entre Coreia do Norte e Rússia. Os exercícios Freedom Shield, programados para ocorrer entre 10 e 20 de março, têm como objetivo reforçar a defesa contra ameaças norte-coreanas. No entanto, o erro em Pocheon levou à suspensão imediata de todos os exercícios de tiro real no país, de acordo com informações de Poder Aéreo.

Segundo Poder 360, o prefeito de Pocheon, Paek Young-hyun, classificou o ocorrido como “terrível” e pediu a suspensão dos treinamentos até que medidas preventivas eficazes sejam implementadas. “É impensável que isso tenha acontecido”, afirmou.
Protestos e danos
Moradores de Pocheon, cidade que abriga três dos principais campos de tiro usados por Coreia do Sul e EUA, protestam há anos contra os riscos dos exercícios militares. “Há décadas estamos expostos a esse perigo”, disse um residente à imprensa local.
Além dos feridos, incluindo dois estrangeiros (um tailandês e um birmanês), três casas e uma igreja foram danificadas. Apesar de não terem sido atingidas diretamente, as estruturas sofreram com a força das explosões.
Investigação e compensações
As autoridades abriram uma investigação para determinar as causas do erro e avaliar a extensão dos danos. Um oficial não identificado afirmou que “um dos pilotos inseriu coordenadas erradas”, mas ainda não está claro por que o segundo caça também lançou bombas na área civil.
A Força Aérea prometeu compensar as vítimas e implementar medidas corretivas. No entanto, o incidente levanta questões sobre a segurança dos exercícios militares em áreas próximas a civis.
Impacto nos exercícios Freedom Shield
Apesar da suspensão dos treinamentos de tiro real, as autoridades garantem que os exercícios Freedom Shield não serão afetados. “Nossos estrategistas olham para o mundo todo e identificam as tendências que estão mudando”, disse Ryan Donald, porta-voz das Forças dos EUA na Coreia (USFK), destacando a importância dos exercícios diante das ameaças regionais.