Parceiros há décadas, em especial na área de aviação, Brasil e Polônia ensaiam uma aproximação ainda maior.
Nesta terça-feira, 11 de março, a Embraer anunciou que está oferecendo à Polônia a aeronave de transporte militar KC-390, já adquirida por nações como Hungria, República Tcheca, Holanda, Áustria e Coreia do Sul.
Segundo Frederico Lemos, CCO da Embraer Defesa & Segurança, a Polônia é uma nação líder da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
“Ao oferecermos o KC-390 Millennium, temos a oportunidade de nos engajarmos com a bem estabelecida e especializada comunidade industrial e de defesa do país. Esta é uma oportunidade para a Polônia se tornar uma participante central do ecossistema europeu do KC-390, com acesso a um excelente pacote industrial, de treinamento e suporte”.
Os planos da Embraer, no entanto, vão além. A brasileira quer que a Polônia se torne uma parceira operacional e industrial de longo prazo por ter localização estratégica para a empresa, em especial para a linha de produção, que visa a atender a Europa.
Atualmente, 42% da cadeia de suprimentos do KC-390 tem origem no velho continente, mas está espalhada por diversos países.
A Embraer estima que a parceria pode gerar receita de US$ 1 bilhão de dólares e cerca de 600 empregos.
Reunião entre comandantes
O Brasil também tem se aproximado da Polônia por outros meios. Na primeira semana de abril, o Comandante do Exército, General Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, deve se reunir com o Comandante do Exército polonês em encontro paralelo à LAAD, considerada a maior feira de defesa da América Latina. O evento acontecerá de 1 a 4 de abril no Rio de Janeiro.
A conversa deve ser marcada por assuntos como a ameaça russa, o estremecimento das relações da Europa com Donald Trump e treinamentos conjuntos entre as tropas, além de outras formas de troca de conhecimento.
A Polônia está se preparando para o que o primeiro-ministro Donald Tusk chamou de “ameaças potenciais”. Por isso, criou um plano para que até o fim do ano todos os homens adultos do país estejam treinados para uma eventual guerra.
A intenção do país é ter um Exército de 500 mil homens – 300 mil a mais do que o atual contingente -, incluindo reservistas, para fazer um pouco mais de frente ao contingente da Rússia, que chega a 1,3 milhão de militares.
De acordo com a agência de notícias internacionais BBC, a Polônia está planejando gastar 4,7% de seu PIB (Produto Interno Bruto) com defesa, o maior proporcional entre as nações da Otan.
No Brasil, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou em entrevista na TV Cultura que o contingente de militares está sendo reduzido ao longo dos anos. Segundo números do político, o país tem hoje um contingente de 353 mil militares nas Forças Armadas, apenas 20 mil a mais do que a vizinha Venezuela.