A Força Aérea Brasileira (FAB) segue com a segunda semana do Exercício Operacional IVR 2025, que acontece na Base Aérea de Santa Maria (BASM) e vai até o dia 24 de março. A fase atual do treinamento se destaca por aplicar tecnologias avançadas e promover, pela primeira vez, uma integração entre as três Forças Armadas — Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Aeronáutica — por meio do uso de aeronaves remotamente pilotadas.
O exercício emprega, de forma combinada, o RQ-900 da FAB, o RQ-1 ScanEagle da Marinha e o Nauru 1000C do Exército. Ao unir essas aeronaves em um mesmo cenário de treinamento operacional, as Forças mostram evolução no uso da tecnologia militar e ampliam as capacidades de inteligência, vigilância e reconhecimento. Essa união ainda se apoia no conceito C4ISTAR, que engloba Comando, Controle, Comunicações, Computação, Inteligência, Vigilância, Aquisição de Alvos e Reconhecimento.
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RQ-900, da Força Aérea Brasileira (FAB) – Imagem: Sgt Muller Marin/FAB
Com essa abordagem, os dados capturados pelas aeronaves são processados em tempo real e repassados para os centros de decisão. Isso acelera a análise das informações e permite respostas mais rápidas e precisas em situações de risco, reforçando a defesa do espaço aéreo e marítimo brasileiro.
Aplicação do C4ISTAR transforma operações militares
O uso do C4ISTAR dá mais eficiência às ações das Forças Armadas. Essa tecnologia permite conectar sensores, operadores e comandos de forma sincronizada, o que facilita o compartilhamento de dados estratégicos. Assim, as informações circulam com mais agilidade, indo direto para quem precisa tomar decisões no Comando de Operações Aeroespaciais.
Segundo o Coronel Aviador Jorge Petrola Ferreira, que atua como Co-Diretor do exercício pelo Exército, o IVR 2025 marca uma virada. “A gente deixou de treinar funções isoladas. Agora, o foco é integrar todas as ações da Força Aérea Brasileira relacionadas ao IVR, garantindo que os dados cheguem rapidamente a toda a cadeia de comando”, afirma.
Além disso, o exercício incorpora o conceito multidomínio, que garante uma atuação coordenada nos campos terrestre, marítimo, aéreo, espacial e cibernético. Ao conectar essas frentes, marinha, exército e aeronáutica conseguem responder com mais eficiência diante de qualquer ameaça ou situação tática.
Treinamento com 350 militares da Força Aérea,Marinha e Exército reforça defesa aérea e marítima do Brasil
O Exercício Operacional IVR 2025 mobiliza cerca de 350 militares e simboliza um passo firme no treinamento conjunto entre a Força Aérea Brasileira (FAB), a Marinha do Brasil e o Exército Brasileiro. Durante as atividades, as Forças usam aeronaves da FAB, veículos blindados do Exército e meios navais da Marinha, criando um cenário realista e desafiador para treinar respostas integradas em ambientes de defesa.
O Tenente-Coronel Aviador Vinicius Marques da Rosa, que comanda o Primeiro Esquadrão do Décimo Segundo Grupo de Aviação (1°/12° GAV), o Esquadrão Hórus, destacou o impacto desse avanço:
“Durante o Exercício IVR, conseguimos reunir as Aeronaves Remotamente Pilotadas das três Forças e, pela primeira vez, fizemos um treinamento integrado, o que aumentou bastante a eficiência do uso desses sistemas em cenários complexos.”
Forças Armadas eleva a capacidade de defesa e consolida o Brasil nas operações modernas
O exercício eleva o nível de interoperabilidade entre as Forças Armadas, o que fortalece a defesa do espaço aéreo e marítimo brasileiro. A integração entre os sistemas de vigilância, reconhecimento e inteligência se mostra essencial para manter a soberania nacional em diferentes domínios — do terrestre ao cibernético, passando pelo espaço aéreo, marítimo e espacial.
Além disso, o uso coordenado de tecnologias de ponta, como os sistemas C4ISTAR, deixa claro que o Brasil vem avançando no campo das operações modernas. E mais: o foco contínuo em capacitação, inovação e treinamento tático reforça a prontidão da Força Aérea Brasileira, do Exército Brasileiro e da Marinha do Brasil para enfrentar os desafios atuais e futuros com estratégia, agilidade e precisão.