A Medida Provisória que trouxe o percentual de reajuste dos militares das Forças Armadas, que ficou em 9% dividido em duas parcelas, foi o principal assunto nas redes sociais da tropa nessa sexta-feira. O índice gerou para os oficiais generais um aumento bem vantajoso, enquanto para as categorias mais na base o valor ficou abaixo do esperado.
Postagens em redes de militares alegam que a situação melhorou para os generais, mas que a tropa não ficou satisfeita. Postagens enumeram a contagem dos que pediram baixa esse ano: “não cobre a inflação nem dos 4 anos passados… “, “Ficou melhor ainda para os oficiais superiores e uma vergonha de soldo para os graduados de carreira…. qualquer um nesse país ganha mais que a gente, com o nível de responsabilidade que a gente tem… ” e “ninguém quer ficar com esses salários baixos e sem perspectiva”. (Comentários em discussão entre dois suboficiais da Força Aérea).
O Reajuste dos militares não acompanhou a inflação
Com a publicação da Medida Provisória nº 1.293, de 27 de março de 2025, um General de Exército, que tem salário bruto hoje na casa de 34 mil reais, passa a receber cerca de 37 mil reais ao final das duas parcelas, um ganho em torno de 3 mil reais. Já um cabo engajado, que hoje recebe salário bruto na casa dos R$ 3.400, vai passar a receber um salário de aproximadamente 3.700 reais brutos, ainda sem os descontos, um valor que não cobre nem de perto a inflação dos últimos anos.

Só durante os últimos 4 anos a inflação acumulada (IPCA) ficou na casa de 27.9%, com altas variações nos preços dos alimentos, alugueis, combustíveis e transporte, gastos dos quotidianos dos militares de baixa patente, que não afetam os oficiais generais, que tem residências fornecidas pelas Forças Armadas.
Tabela com os novos soldos, que servem de base para o calculo do salário bruto dos militares das Forças Armadas

Robson Augusto – Revista Sociedade Militar