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Argentina desliga as muletas: Milei desmonta controle cambial com dólar emprestado

Argentina trocou o velho jogo de empurrar com a barriga por um novo, mais sofisticado, fazendo até mesmo o dólar recuar diante do peso.

por Rafael Cavacchini
17/04/2025
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Dólar emprestado, inflação real: a nova aposta (arriscada) da Argentina e de Javeir Milei.

Dólar emprestado, inflação real: a nova aposta (arriscada) da Argentina e de Javeir Milei. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Em mais um daqueles momentos em que a Argentina promete renascer das cinzas, Javier Milei decidiu acabar com o “cepo cambial” do dólar. Trata-se do sistema de controle de capitais que desde 2011 limitava a compra de dólares no país. A medida, aguardada por uns, temida por outros, marca o início de um regime de banda cambial, onde o peso argentino vai flutuar entre 1.000 e 1.400 pesos por dólar. Mais liberdade, sim. Mas também mais incerteza.

De acordo com Milei, “hoje é um dia especial. Estamos mais livres.”. O presidente argentino ainda emendou: “Desarmar o cepo implicava eliminar várias camadas, coisas que começamos a fazer desde o primeiro dia.”

O que torna essa “liberdade” possível? Dinheiro externo.

Ajuda do FMI à Argentina

O Fundo Monetário Internacional (FMI), que já conhece os argentinos de outros carnavais, vai emprestar US$ 20 bilhões. US$ 12 bilhões serão entregues imediatamente, e mais US$ 2 bilhões em junho. Até a China entrou no baile, renovando US$ 5 bilhões de um swap cambial.

Além disso, Donald Trump também deu uma “mãozinha”. O prestígio de Milei em Washington parece estar em alta, de acordo com especialistas. Mesmo em meio à bagunça nos mercados americanos, o novo Secretário do Tesouro, Scott Bessent, voou até Buenos Aires para conversar com Milei.

Uma velha história com roupa nova

Este é o 23º acordo da Argentina com o FMI, como bem lembrou o Financial Times. A condição do empréstimo é que o governo consiga um superávit primário de 1,3% do PIB este ano. Milei prometeu 1,6%. Os investidores compraram a ideia. Os títulos soberanos argentinos subiram 5% logo cedo, e as ações de bancos e petroleiras dispararam nos EUA.

O cepo foi instaurado lá atrás, em 2011, pela então presidente Cristina Kirchner, depois que seu governo queimou as reservas cambiais. Mauricio Macri derrubou os controles em 2015, mas, com a crise do fim de seu mandato, Alberto Fernández os reinstaurou — com força total. Agora, Milei tenta novamente acabar com a herança, mas com o peso ainda cambaleando e a inflação sem dar trégua.

Inflação ainda um pesadelo

A verdade é que, mesmo assim, a Argentina ainda não saiu da UTI com relação à economia e ao dólar. Mesmo com o otimismo do BTG Pactual — que considerou a medida “um movimento importante e na direção correta” —, os analistas admitem que achar que o câmbio vai ficar no piso da nova banda (1.000 pesos por dólar) é otimismo demais. O realismo está mais perto do teto da banda, ou até acima.

O peso oficial subiu hoje mais de 8%, a 1.190. O dólar blue, que é o paralelo, recuou ligeiramente para 1.305. Mas a inflação, que dava sinais de trégua, voltou a subir: 3,7% em março, contra 2,4% em fevereiro. Ou seja, a tal “flutuação suja” do câmbio — quando o Banco Central ainda intervém para evitar catástrofes — está só começando.

Conclusão? A crise continua vestida de reforma

Milei vem colecionando manchetes com sua agenda liberal radical desde que assumiu, em dezembro de 2023. Conseguiu cortar o déficit fiscal, desarmar alguns esquemas estatais e colocar a casa parcialmente em ordem. Mas as reservas líquidas continuavam negativas até ontem. A guinada cambial só foi possível porque alguém lá fora decidiu abrir a carteira — de novo.

No fim das contas, o que está acontecendo é que a Argentina trocou o velho jogo de empurrar com a barriga por um novo, mais sofisticado. Os credores internacionais entraram em campo com esperança — e também com luvas de boxe no bolso, caso tudo volte a desandar.

O povo argentino, por sua vez, segue o baile com a paciência que só quem já viveu hiperinflação, congelamento de poupança e mais de 20 ministros da Economia em 30 anos consegue ter.


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