Antes de qualquer coisa, é importante saber que, para exercer a função na vigilância privada, é necessário participar de um curso específico de 200 horas e obter a Carteira Nacional de Vigilante (CNV), expedida pela Polícia Federal. Sem isso, o exercício da função é considerado irregular e ilegal.
Ao buscar o primeiro emprego, muitos candidatos enfrentam a concorrência acirrada, a falta de experiência e, muitas vezes, a desconfiança dos empregadores. Por isso, é fundamental se destacar por meio de comunicação ética, capacidade de trabalhar sob pressão e soft skills, como empatia e resiliência.
Segundo dados da Polícia Federal de 2021, mais de 439 mil vigilantes estavam capacitados para atuar no Brasil. Além disso, cerca de 11 mil novos profissionais se formam por mês. Isso representa um número expressivo de candidatos no mercado. Estima-se também que 138 currículos são distribuídos diariamente por empresa no país, o que reforça a necessidade de o profissional se especializar, identificar as demandas do mercado e criar um plano de carreira sólido.
Como se destacar sem experiência?
Se você ainda não teve a oportunidade de exercer a função, o primeiro passo é investir em cursos especializados e certificações na área. A área de segurança privada possui diferentes segmentos, como:
- Vigilância patrimonial
- Escolta armada
- Transporte de valores
- Segurança pessoal privada
Buscar especialização nessas áreas da vigilância privada pode aumentar suas chances de contratação.
Outro fator fundamental é a rede de contatos (networking). Participar de eventos, fazer cursos, conversar com profissionais da área e se conectar com pessoas influentes pode abrir portas. Ao apresentar suas qualificações e certificações, em vez de simplesmente pedir emprego, você se torna memorável e aumenta a chance de ser indicado.
Evitar erros no mercado de trabalho
É essencial também conhecer os riscos da atuação irregular. Muitos profissionais estão fora do mercado por não atualizarem o curso de reciclagem, obrigatório a cada dois anos. Inclusive, dados da Federação Nacional de Empresas em Segurança e Transporte de Valores apontam que milhares de profissionais estão inativos ou irregulares por falta da reciclagem.
Além disso, empresas clandestinas contratam profissionais de forma irregular, colocando em risco tanto o trabalhador quanto a legalidade da empresa. As infrações mais comuns incluem:
- Duplo emprego irregular
- Falta de cobertura dos postos
- Funcionários irregulares
- Substituição de vigilantes por profissionais sem formação
- Fornecimento inadequado de EPIs e uniformes
De acordo com o artigo da Fiocruz “Trabalho, Saúde e Adoecimento” (2010), a Polícia Federal não possui estrutura suficiente para fiscalizar todas as empresas no Brasil, o que favorece o crescimento dessas organizações clandestinas.
Duplo emprego na vigilância privada
Muitos vigilantes trabalham na escala de 12×36, ou seja, 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso. Essa jornada deve respeitar o limite de 44 horas semanais, e para garantir isso, as empresas devem ter pelo menos 4 profissionais cobrindo 24 horas de serviço. Trabalhar 12 horas em dois empregos diferentes sem pausas é ilegal e prejudica a saúde do profissional, além de comprometer a qualidade do serviço, segundo artigo.
O processo de seleção começa antes mesmo da entrevista. Empresas, sejam terceirizadas ou contratantes diretas, analisam os currículos buscando informações sobre o tempo de permanência em empregos anteriores, além de cursos realizados e experiência na área. Portanto, personalizar o currículo para cada empresa é uma excelente estratégia. Estude o perfil da empresa e destaque os pontos que se alinham com ela.
Durante a entrevista para vigilância privada e primeiro emprego, é essencial estar preparado para perguntas técnicas e comportamentais. Algumas perguntas comuns envolvem:
- Ações antes de iniciar o turno
- Como lidar com colegas de trabalho
- Como agir sob pressão
Reprovação em entrevista de emprego
Uma das maiores causas de reprovação em entrevistas é a falta de conhecimento específico. Ao responder perguntas sobre a função do vigilante, traga informações com base na legislação vigente e demonstre domínio técnico. Unir a função de segurança com os objetivos da empresa mostra que você entende o que ela precisa.
Outro ponto de atenção: antes de iniciar o turno, o profissional deve revisar o plantão anterior, conferir os equipamentos de segurança e registrar qualquer irregularidade.
O que fazer enquanto espera?
Enquanto aguarda uma oportunidade na vigilância privada, siga aprendendo, atualizando seus conhecimentos e criando um plano de carreira. Um diferencial é ter um cartão de visitas, com nome, função, e-mail e telefone. Em eventos da área, isso pode chamar mais atenção do que entregar currículos.
Também é recomendável frequentar eventos públicos e feiras da área de segurança privada, onde é possível se conectar com empresas e profissionais que podem indicar você para futuras experiências e um passo importante para iniciar carreira.