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Exército Brasileiro em números: o que mudou desde a Segunda Guerra — e o que continua igual

O Brasil sempre teve um Exército Brasileiro funcional dentro do que o orçamento permite. E isso explica muita coisa.

por Rafael Cavacchini
08/04/2025
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Exército Brasileiro: entre a história da FEB e a realidade atual de uma força que faz o que pode com o que tem.

Exército Brasileiro: entre a história da FEB e a realidade atual de uma força que faz o que pode com o que tem. Foto: Divulgação / Exército Brasileiro

Você já se perguntou quantos regimentos o Exército Brasileiro tem hoje?

A estrutura do nosso Exército diz muito sobre o país — principalmente sob a ótica de um país que já esteve em uma guerra real, com sangue, lama e decisões malfeitas vindas de cima. E sim, estamos falando da Segunda Guerra Mundial, quando o Brasil mandou a Força Expedicionária Brasileira (FEB) para a Itália com o que dava. Literalmente, com o que dava.

Antes de tudo: o que é (ou era) um regimento no Exército Brasileiro?

Vamos começar pela bagunça semântica. Hoje em dia, o termo “regimento” no Exército Brasileiro serve basicamente para designar unidades da cavalaria. Mas, durante a Segunda Guerra Mundial, o termo era mais amplo — e mais confuso.

Naquela época, um regimento de infantaria, por exemplo, era a unidade-base que deveria ter três batalhões (às vezes quatro, com reforços de reservistas). Só que o “ideal” nunca bateu com a realidade: por falta crônica de investimento, muitos desses regimentos funcionavam com apenas um ou dois batalhões — e nem sempre completos.

De acordo com o historiador Silas E. Cardoso, em postagem no portal Quora, “o Exército montava regimentos com o efetivo que dava pra montar com a pouca verba que recebia”.

A estrutura atual do Exército Brasileiro (e o que sobrou da era da FEB)

Hoje, os tempos mudaram — ao menos no papel. O Exército Brasileiro abandonou o escalão regimental para infantaria e artilharia nos anos 1970, numa reorganização que seguiu tendências do Exército dos EUA e de países europeus. Atualmente, de acordo com Cardoso, temos:

  • 85 batalhões de infantaria, sendo:

  1. 28 motorizados (2 são batalhões-escola)
  2. 16 de selva
  3. 9 de polícia do Exército
  4. 8 mecanizados
  5. 4 blindados
  6. 3 de montanha
  7. 3 de pantanal
  8. 3 aeromóveis
  9. 3 paraquedistas
  10. 1 aeromóvel de selva
  11. 1 de precursores paraquedistas
  12. 1 de comandos
  13. 1 de forças especiais
  14. 1 da guarda presidencial
  15. 4 de caçadores (por tradição)
  • 27 regimentos de cavalaria, sendo:

  1. 16 mecanizados
  2. 4 blindados
  3. 4 de carros de combate
  4. 3 hipomóveis (Dragões da Independência, sim, ainda existem)
  • 35 grupos de artilharia, sendo:

  1. 18 de campanha
  2. 6 antiaéreos
  3. 4 autopropulsados
  4. 2 de selva
  5. 2 de mísseis e foguetes
  6. 1 de montanha
  7. 1 aeromóvel
  8. 1 paraquedista

Além disso, há pelotões, companhias, baterias e esquadrões independentes — e 5 batalhões de aviação do Exército, que, sim, são vinculados à cavalaria.

Regimentos do Exército Brasileiro, de acordo com o historiador Silas E. Cardoso.
Regimentos do Exército Brasileiro, de acordo com o historiador Silas E. Cardoso. Infográfico: Revista Sociedade Militar

E na Segunda Guerra? Quais regimentos do Exército Brasileiro foram pra Itália?

Dos 17 regimentos de infantaria que existiam na época, só três participaram ativamente da FEB:

  1. 1º Regimento de Infantaria – “Regimento Sampaio” (Rio de Janeiro)
  2. 6º Regimento de Infantaria – “Regimento Ipiranga” (Caçapava-SP)
  3. 11º Regimento de Infantaria – “Regimento Tiradentes” (São João del-Rei-MG)

Nenhum deles tinha seus três batalhões completos. Foi só com voluntários e reservistas vindos de outros regimentos que conseguiram formar os batalhões necessários.

Quase 26 mil homens da FEB participaram da batalha de Monte Castelo,
Quase 26 mil homens da FEB participaram da batalha de Monte Castelo, Foto: Divulgação

A artilharia mandou apenas um regimento: o 1º Regimento de Obuses Autopropulsados, o famoso “Regimento Floriano”, que teve quatro grupos. Hoje, seus sucessores ainda existem:

  • 1º Grupo de Artilharia de Campanha de Selva, em Marabá-PA
  • 20º Grupo de Artilharia de Campanha Aeromóvel, em Barueri-SP
  • 11º Grupo de Artilharia de Campanha “Montese”, no Rio de Janeiro

Da cavalaria? Só um esquadrão independente de reconhecimento — sem herdeiro direto nos dias atuais.

E da engenharia, quem foi à guerra foi o 1º Batalhão de Engenharia de Combate, hoje renomeado como 9º Batalhão de Engenharia de Combate “Carlos Camisão”, em Aquidauana-MS.

Esses regimentos do Exército Brasileiro ainda existem?

Muita gente se apega à nomenclatura “regimento” e acredita que as unidades da FEB ainda existem. Mas a verdade é que, com a extinção do escalão regimental nos anos 70, o que sobrou mesmo foram os batalhões que herdaram a história.

Alguns tentam preservar a memória com nomes pomposos — como o 6º Batalhão de Infantaria Aeromóvel, que ainda ostenta o título de “Regimento Ipiranga”. Mas a estrutura, a doutrina e até o efetivo mudaram tanto que só a tradição sobrevive.

E no meio disso tudo, a velha crítica persiste: o eterno desinvestimento na Defesa nacional. Durante a Segunda Guerra, já era assim — e ainda é. O Exército faz o que pode com o que tem, muitas vezes tentando tapar o sol com o coturno.

Assim, o Brasil sempre teve um Exército funcional dentro do que o orçamento permite. E isso explica muita coisa.


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