Pela primeira vez em décadas, a supremacia marítima dos Estados Unidos está sendo desafiada por uma aliança militar que atua nas sombras dos oceanos.
Rússia, China, Coreia do Norte e Irã estão unindo forças para desenvolver tecnologias que inauguram uma nova era da guerra submarina, marcada por veículos não tripulados, ogivas nucleares e táticas imprevisíveis.
O Pentágono classifica essa evolução como uma “ameaça sem precedentes” à segurança nacional norte-americana, pois altera o equilíbrio de poder nos mares.
Uma nova doutrina de guerra invisível
Ao longo do século XX, a Marinha dos Estados Unidos construiu sua hegemonia com base em porta-aviões, submarinos nucleares e tecnologia de ponta.
Mas agora, essa superioridade enfrenta um inimigo que se move de forma furtiva, silenciosa e automatizada.
Diferente das ameaças tradicionais, essa nova forma de guerra não depende de frotas massivas, mas de inteligência artificial, drones subaquáticos autônomos e armas nucleares miniaturizadas capazes de causar tsunamis radioativos.
É um tipo de ameaça que os sensores acústicos e satélites militares dos EUA não foram projetados para detectar em tempo real.
Enquanto o inimigo se move nas profundezas do oceano, os sistemas de defesa norte-americanos ainda operam sob doutrinas do século passado.
A formação de uma aliança estratégica antinorte-americana
O que mais preocupa os analistas do Pentágono é o surgimento de uma aliança informal, porém coordenada, entre Rússia, China, Coreia do Norte e Irã.
Apelidada de Joint Sword por especialistas ocidentais, essa coalizão representa um novo eixo geoestratégico focado em desafiar a influência dos EUA nos mares.
A Rússia oferece a base tecnológica, com projetos como o torpedo nuclear autônomo Poseidon.
A China fornece recursos, know-how em inteligência artificial e infraestrutura marítima de longo alcance.
A Coreia do Norte funciona como laboratório de testes práticos, livre de pressão internacional, com o desenvolvimento do drone subaquático nuclear Haeil-5-23.
O Irã, por sua vez, fornece acesso ao Golfo Pérsico e cooperação logística em regiões de interesse energético.
Essa convergência cria um “caldeirão submerso” de inovação bélica fora do alcance da OTAN e dos acordos de desarmamento nuclear.
Trata-se de uma colaboração inédita e ousada, com o claro objetivo de enfraquecer a presença militar dos EUA em mares estratégicos.
Estados Unidos em alerta máximo
A Marinha dos EUA já reconheceu publicamente que os UUVs nucleares representam o maior desafio tecnológico e estratégico desde a Guerra Fria.
Segundo um relatório da RAND Corporation divulgado no início de 2025, esses sistemas submersos autônomos possuem três grandes vantagens sobre os armamentos convencionais:
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São invisíveis ao radar e praticamente indetectáveis por sonar.
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Podem ser lançados de qualquer plataforma (terra, navios ou submarinos).
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Podem operar por semanas ou até meses, sem supervisão humana.
Combinadas, essas características tornam os drones submarinos nucleares ideais para ataques furtivos e imprevisíveis.
A resposta dos EUA tem sido a modernização acelerada de suas bases no Pacífico, especialmente em Guam, no Japão e no Havaí.
As forças armadas americanas estão investindo em sensores acústicos de nova geração, redes de inteligência artificial para vigilância oceânica e plataformas autônomas de contra-ataque.
Ainda assim, o avanço tecnológico da aliança oriental parece estar um passo à frente.
A virada no Pacífico: China e Coreia do Norte em ação
Em 2024, a Marinha dos EUA ficou alarmada com os exercícios navais conjuntos entre China, Rússia e Irã no Golfo de Omã.
No mesmo período, a Coreia do Norte realizou testes com o drone Haeil-5-23, capaz de carregar ogivas nucleares e operar de forma totalmente autônoma por até 1.000 quilômetros.
Esse tipo de armamento representa uma ameaça direta às bases navais norte-americanas e aos aliados da OTAN no Indo-Pacífico.
A possibilidade de um ataque-surpresa vindo das profundezas do oceano, sem qualquer aviso prévio, muda completamente a doutrina de resposta militar.
Em vez de escudos antimísseis, os EUA agora precisam antecipar movimentações subaquáticas que desafiam os limites da detecção.
Poseidon: o terror invisível da Rússia
Entre todas as armas submersas em desenvolvimento, nenhuma causa mais apreensão em Washington do que o Poseidon.
Projetado para contornar qualquer sistema de defesa, o Poseidon é um torpedo gigante com propulsão nuclear e alcance praticamente ilimitado.
Carrega uma ogiva de até 100 megatons, com capacidade de gerar tsunamis radioativos devastadores.
Se detonado próximo a uma costa, pode submergir cidades inteiras como Nova York ou Los Angeles, sem qualquer alerta.
É o conceito da “bomba do juízo final” adaptado à guerra subaquática do século XXI.
A Rússia já conta com submarinos classe Belgorod, operacionais, capazes de lançar o Poseidon.
Uma guerra que começa no silêncio
Analistas de defesa alertam que essa nova corrida armamentista subaquática pode ser ainda mais perigosa que a corrida nuclear da Guerra Fria.
Ela ocorre longe dos olhos da comunidade internacional, sem fiscalização, e com riscos altíssimos de desequilíbrio global.
A Marinha dos EUA, embora ainda seja a mais poderosa do planeta, agora enfrenta um inimigo invisível, silencioso e automatizado.
É uma guerra que se aproxima sem ruído — e que pode explodir de forma irreversível.