A Marinha Francesa deu mais um passo importante rumo ao fortalecimento de sua capacidade logística com o início da campanha de testes no mar do navio BRF Jacques Stosskopf. A embarcação, segunda unidade da classe Jacques Chevallier, zarpou oficialmente para os ensaios em 9 de abril de 2025, conforme anunciado pela Organização Conjunta de Cooperação em Armamento (OCCAR), responsável pelo acompanhamento técnico do projeto.
Este navio de apoio logístico faz parte do programa FLOTLOG, desenvolvido por meio de uma aliança estratégica entre França e Itália. A iniciativa é coordenada pela OCCAR em nome da Direção Geral de Armamento (DGA) da França e da NAVARM, sua contraparte italiana. O programa visa reforçar a interoperabilidade entre marinhas europeias por meio da padronização de meios logísticos modernos e multifuncionais.
Testes no mar avançam e cronograma de entregas da classe BRF segue até 2029
Conforme previsto pela OCCAR, os testes no mar representam uma fase decisiva na jornada de comissionamento do BRF Jacques Stosskopf. Esta etapa inicial será seguida por testes de aceitação industrial, conduzidos por empreiteiros especializados, com a participação ativa de equipes técnicas da DGA e da própria Marine Nationale. O objetivo principal é validar todos os sistemas de bordo, garantindo que a embarcação atenda integralmente aos requisitos operacionais estabelecidos pela Marinha Francesa.
Além dos testes atuais, a campanha de ensaios incluirá novas rodadas tanto no oceano Atlântico quanto no mar Mediterrâneo. A entrega final do navio está programada para ocorrer até o fim de 2025, na base naval de Toulon, um dos centros estratégicos da defesa marítima francesa.
O BRF Jacques Stosskopf da Marinha francesa integra um cronograma escalonado de entregas que se estende até 2029. A construção da embarcação é liderada por um consórcio formado pela Chantiers de l’Atlantique e pelo Naval Group, este último atuando como contratante principal. A primeira unidade da classe, o navio Jacques Chevallier, foi entregue em julho de 2023 e já opera em conjunto com o grupo de ataque do porta-aviões francês.
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Capacidade estratégica da classe BRF reforça poder logístico da Marinha francesa
A classe Jacques Chevallier, também conhecida como BRF (Bâtiment Ravitailleur de Forces), representa um salto significativo na modernização da capacidade de abastecimento naval da Marinha Francesa. Esses navios são projetados para fornecer combustível, munições, alimentos e água potável às frotas em operação, inclusive em cenários de conflito ou operações de longa duração.
O BRF Jacques Stosskopf é o segundo de uma série de quatro navios planejados. A terceira unidade da classe, batizada de Emile Bertin, teve sua construção iniciada em 2024. De forma estratégica, parte de sua estrutura será fabricada em estaleiros italianos, reforçando o caráter de integração industrial entre os países parceiros. A entrega dessa embarcação está prevista para ocorrer em 2027.
A quarta e última unidade está prevista para ser entregue até 2029, consolidando o cronograma do programa FLOTLOG da Marinha francesa. Cada uma das embarcações terá papel fundamental no apoio a operações navais de alta intensidade, reforçando a autonomia das forças navais francesas e ampliando sua presença em águas internacionais.
Cooperação franco-italiana fortalece defesa naval europeia
O programa FLOTLOG da Marinha Francesa, inserido no escopo do Logistic Support Ship (LSS), representa um esforço conjunto entre França e Itália para desenvolver navios logísticos multifunção e de última geração. Sob supervisão da OCCAR, esse modelo de cooperação internacional tem como objetivo otimizar recursos, integrar cadeias produtivas e padronizar requisitos operacionais entre as marinhas participantes.
A Direção Geral de Armamento (DGA), pela França, e a Direção de Armamento Naval (NAVARM), pela Itália, lideram as especificações técnicas e os acompanhamentos de conformidade. Essa aliança impulsiona não apenas a interoperabilidade entre as forças navais dos dois países, mas também contribui diretamente para a consolidação de uma base industrial europeia de defesa mais robusta, coesa e eficiente.
Ao centralizar as entregas no porto de Toulon, a França assegura que sua principal base naval no Mediterrâneo desempenhe um papel logístico crucial. Essa movimentação demonstra o compromisso do país em manter capacidades sustentáveis de projeção de poder naval e apoio às suas forças destacadas no exterior.