Na sexta-feira, 4 de abril, terminou a exposição da LAAD Defence & Security, que esteve em sua 15ª edição. A Revista Sociedade Militar está sempre presente fazendo a cobertura dessa Feira internacional de Defesa e Segurança – que é a maior e mais importante da América Latina. A LAAD conta com o apoio institucional do Ministério da Defesa, das Forças Armadas, do Ministério da Justiça e da estrutura brasileira de Segurança Pública. A exposição reúne fabricantes e fornecedores de tecnologias para as Forças Armadas, Polícias, Forças Especiais, executivos da indústria de defesa e segurança e agências governamentais.
Estão presentes também gestores de segurança de grandes corporações, concessionárias de serviços e infraestrutura crítica.
A LAAD 2025 reuniu cerca de 400 expositores de diversas partes do mundo e contou com a presença de delegações de 40 países. A próxima edição está prevista para 2027.
Como dito acima, as Forças Armadas sempre participam da LAAD, apresentando suas mais recentes inovações tecnológicas e seu papel na defesa nacional. Uma inovação em tecnologia militar particularmente foi motivo de especulação.
O discreto projeto do Exército Brasileiro marca presença
Um dos estandes que nos chamou atenção, não só pelo que mostrou de interessante, mas também pela discrição institucional, foi o Projeto Cobra do Exército Brasileiro.
Dizemos discrição, porque há menção do Projeto Cobra apenas numa publicação de 2017 no site do Comando de Operações Terrestres (COTER). O comunicado tratava dos trabalhos referentes à Reunião do Projeto Sistema Combatente Brasileiro – COBRA.
Em contraponto, não é tão difícil encontrar material sobre o COBRA em discussões de fóruns pela internet e análises sobre o projeto em sites entusiastas de temas militares.
COBRA: letalidade, sobrevivência e consciência situacional
Segundo as informações do estande do Exército, o Projeto Cobra é idealizado para otimizar as possibilidades de combate do militar.
A iniciativa transforma o soldado num Sistema Completo de Armas, trazendo otimização ao combatente em relação a sua necessidade de letalidade, sobrevivência e consciência situacional.
As inspirações para o supersoldado brasileiro
O Projeto COBRA – segundo site especializado em tecnologia de defesa – também conhecido como Sistema Combatente Brasileiro, é uma iniciativa ambiciosa do Exército Brasileiro que visa modernizar o equipamento de combate individual dos soldados, transformando-os em verdadeiros “supersoldados“.
O projeto está alinhado com a tendência global de modernização militar, inspirado em programas como o Land Warrior dos EUA e o FÉLIN da França.
Objetivos estratégicos do Projeto COBRA
O COBRA tem como principais objetivos aumentar a letalidade, a taxa de sobrevivência e a amplitude de comando e controle dos combatentes brasileiros.
Isso deve ser alcançado por meio da integração de tecnologias avançadas, como equipamentos balísticos, sistemas de comunicação criptografada e sensores biomédicos.
Esses aprimoramentos permitem uma consciência situacional aprimorada e uma operação mais eficaz em diferentes ambientes operacionais, como selva, caatinga, montanha e urbano.
A Imbel nas tecnologias integradas do Sistema Combatente Brasileiro
Segundo o Catálogo de Produtos da Imbel, o projeto COBRA inclui uma variedade de tecnologias e equipamentos, como:
- Fuzis de assalto: a IMBEL participa do projeto com a dotação de fuzis de assalto nos calibres 5,56 mm e 7,62 mm da família IA2.
- Comunicação segura: o Transceptor Portátil Pessoal TPP-1400 é central para garantir comunicação segura em ambientes sem infraestrutura.
- Uniformes Inteligentes: parcerias com a ABDI visam integrar sensores biomédicos ao uniforme, permitindo o monitoramento das condições dos combatentes em tempo real.
- Monóculo de Imagem Térmica OLHAR: desenvolvido em parceria com a Opto Space & Defense, este equipamento melhora a capacidade de visão noturna e em ambientes adversos.
Geopolítica e a importância do Projeto COBRA para o Brasil
O Projeto COBRA representa um passo ousado e necessário do Exército Brasileiro rumo à modernização do seu principal ativo: o combatente individual.
Embora enfrente desafios hercúleos de custeio e implementação, seu sucesso potencial pode redefinir as capacidades operacionais da Força terrestre brasileira, fortalecer a Base Industrial de Defesa e consolidar a posição estratégica do Brasil no cenário geopolítico e militar regional e global.
É um projeto a ser acompanhado de perto, pois seus desdobramentos dirão muito sobre o futuro da defesa nacional.