Portugal iniciou negociações com a fabricante sueca SAAB para a possível aquisição do caça Gripen E como alternativa ao F-35, segundo confirmação da própria empresa. A decisão ocorre após o governo português declarar publicamente que não pretende adquirir os caças norte-americanos para substituir sua frota de F-16, em função da postura do atual governo dos Estados Unidos frente à OTAN e à guerra na Ucrânia. A preocupação envolve ainda o risco de interferência remota por parte dos EUA na operação dos F-35.
Atualmente, Portugal opera com uma frota de 25 caças F-16 e, considerando o histórico e necessidades de substituição, a expectativa é que o país adquira pelo menos 24 novas aeronaves. A escolha pelo Gripen E também se alinha à parceria já existente com a Embraer por meio da compra dos cargueiros KC-390, além da recente entrada da Suécia na OTAN, o que facilita a integração militar entre os países membros.
Canadá também pode ampliar mercado para o Gripen
Além de Portugal, o Canadá também reavalia sua decisão de adquirir os F-35 após o presidente dos EUA ameaçar o país com tarifas comerciais e até anexação. Embora o contrato canadense preveja a compra de 88 caças F-35, há indícios de que apenas um lote inicial de 16 unidades será efetivamente entregue. Com isso, o Gripen E, segundo colocado na concorrência anterior, pode assumir a lacuna restante com uma encomenda de até 72 aeronaves.
Somadas, as intenções de compra de Portugal e Canadá podem representar a venda de aproximadamente 100 caças Gripen E, número que daria novo impulso ao programa sueco. Situação semelhante ocorreu com o Rafale, que, após anos com baixo desempenho em exportações, acumulou mais de 200 unidades vendidas recentemente.
Brasil ainda enfrenta atrasos por questões orçamentárias
Espectadores brasileiros frequentemente demonstram preocupação com possíveis impactos dessas novas encomendas no cronograma de entrega do Gripen E à Força Aérea Brasileira. No entanto, conforme já explicado pela FAB, os atrasos não estão relacionados à capacidade de produção da SAAB, mas sim à disponibilidade orçamentária do governo brasileiro, que realiza os pagamentos por meio de um financiamento parcelado.
A informação foi divulgada pelo canal Águias de Aço, especializado em aviação militar e assuntos de defesa. Segundo o canal, a negociação de novos lotes com países aliados não deve interferir diretamente no cronograma brasileiro.