A segurança cibernética tornou-se uma das principais preocupações das nações no século XXI.
Em um mundo onde a conectividade digital cresce exponencialmente, proteger informações sensíveis e sistemas críticos contra ataques cibernéticos é uma tarefa desafiadora e essencial.
Pensando nisso, o Brasil, por meio da Força Aérea Brasileira (FAB), está se aprofundando no aprimoramento de suas capacidades de defesa cibernética com o apoio de parceiros internacionais, como os Estados Unidos.
Entre os dias 7 e 11 de abril de 2025, o Centro de Defesa Cibernética da Aeronáutica (CDCAER), vinculado à Diretoria de Tecnologia da Informação (DTI) e ao Comando-Geral de Apoio (COMGAP), está promovendo um evento estratégico em Brasília (DF), que segue em andamento.
Este evento, denominado Subject Matter Expert Exchange (SMEE), visa promover um intercâmbio técnico entre especialistas em operações de defesa cibernética de diversas partes do mundo.
Objetivo do evento
O SMEE reúne, em uma ação coordenada com a Terceira Subchefia do Estado-Maior da Aeronáutica (3SC), militares da Marinha do Brasil (MB), do Exército Brasileiro (EB), da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF).
O principal objetivo desse intercâmbio internacional é fortalecer as capacidades de defesa cibernética das instituições envolvidas.
Ao longo de sua programação, os participantes terão a oportunidade de se atualizar sobre as melhores práticas em segurança da informação, resposta a incidentes cibernéticos e defesa digital, além de trocar experiências valiosas para enfrentar as ameaças cada vez mais sofisticadas no cenário global.
O evento é considerado de grande importância estratégica.
A colaboração entre países nesta área é fundamental, pois os desafios cibernéticos não conhecem fronteiras e exigem uma ação conjunta para garantir a proteção de dados e sistemas de defesa.
Durante o evento, os participantes estão sendo expostos a palestras, apresentações técnicas e exercícios práticos que visam aprimorar suas habilidades e aumentar a resiliência de suas respectivas organizações no combate a ciberataques.
Atividades desenvolvidas durante o intercâmbio
A programação do evento é intensa e altamente técnica.
No primeiro dia, a principal atividade foi a apresentação intitulada “Defensive Cyber Operations in Subject Matter Expert Exchange”, que marcou o início das discussões e o compartilhamento de conhecimentos sobre as operações cibernéticas defensivas mais eficazes.
Ao longo da semana, as atividades incluirão exercícios práticos de simulação de tomada de decisão, conhecidos como tabletops, nos quais os participantes terão que tomar decisões rápidas e estratégicas diante de cenários cibernéticos simulados.
Esses exercícios são essenciais para preparar os profissionais para a pressão de situações reais, onde a capacidade de agir de forma coordenada e eficiente pode ser a diferença entre a segurança e o sucesso de um ataque cibernético.
Além disso, o evento contempla sessões de troca de experiências sobre as melhores práticas em segurança da informação, defesa digital e resposta a incidentes cibernéticos.
Em um ambiente onde novas ameaças surgem constantemente, é vital que os especialistas compartilhem suas estratégias e aprendam com os sucessos e fracassos de outras nações.
O SMEE, portanto, se torna uma plataforma valiosa para o aperfeiçoamento contínuo da segurança cibernética das Forças Armadas brasileiras e de seus parceiros internacionais.
A importância da colaboração internacional
De acordo com o Coronel Engenheiro Marcos Aurélio Valença Belchior, Chefe do Centro de Defesa Cibernética da Aeronáutica (CDCAER), a colaboração entre nações em cibersegurança é uma necessidade crescente.
“Em um cenário global de ameaças cibernéticas cada vez mais sofisticadas, a colaboração entre países não é apenas recomendável, mas um imperativo estratégico.”
Ele ainda destaca que eventos como o SMEE são fundamentais para que o Sistema de Tecnologia da Informação (STI) da Força Aérea Brasileira se torne mais robusto e preparado para lidar com ciberataques de alto risco.
O Coronel Belchior também ressalta que a responsabilidade pela defesa cibernética do Comando da Aeronáutica (COMAER) está em constante evolução, e eventos como o SMEE servem de alicerce para a construção de uma defesa cibernética mais forte, ágil e eficiente.
“A participação de outros países, especialmente os Estados Unidos, fortalece nossas capacidades de defesa, ajudando a proteger nossos ativos mais críticos e garantindo a segurança cibernética da FAB,” afirmou o Coronel.
Benefícios para a Força Aérea Brasileira
Este intercâmbio internacional não é apenas uma oportunidade para os militares brasileiros se atualizarem sobre as melhores práticas em cibersegurança.
O evento também representa uma excelente chance de capacitação e aperfeiçoamento dos profissionais da Força Aérea Brasileira em relação às novas tecnologias e técnicas emergentes na área de defesa cibernética.
Em tempos de evolução tecnológica acelerada, a Força Aérea Brasileira (FAB) precisa se manter à frente das ameaças digitais, e a participação em eventos como o SMEE ajuda a aprimorar a preparação dos seus especialistas.
Além disso, a interação com representantes das Forças Armadas dos Estados Unidos proporciona uma valiosa troca de experiências e uma atualização sobre as tecnologias mais avançadas utilizadas na proteção de sistemas militares críticos.
Com a modernização constante das ameaças cibernéticas, a Força Aérea Brasileira está se esforçando para se manter um passo à frente, e eventos como o SMEE são essenciais para garantir que seus profissionais estejam prontos para enfrentar os desafios de segurança cibernética do futuro.
A crescente ameaça cibernética global
A importância desse evento vai além do fortalecimento da defesa das Forças Armadas.
O ambiente digital está cada vez mais vulnerável a ataques sofisticados, e a segurança cibernética tornou-se uma das maiores prioridades para governos e empresas ao redor do mundo.
Com o aumento do uso de tecnologias de ponta em todos os setores, desde os militares até o comércio e a saúde, as ameaças cibernéticas estão mais presentes e têm consequências potencialmente devastadoras.
Cibercriminosos, hackers patrocinados por Estados-nação e outras entidades maliciosas estão constantemente desenvolvendo novas estratégias para infiltrar-se em sistemas governamentais e privados.
O combate a essas ameaças exige uma cooperação internacional sólida e eficiente, como a promovida no SMEE, para criar uma rede de defesa global.