
A Amazônia vive semanas de intensa movimentação militar. Do Alto Rio Negro à Terra Indígena Yanomami, tropas de selva, barcos patrulha e helicópteros do Comando Militar da Amazônia executam missões quase simultâneas. O objetivo é claro, blindar fronteiras, sufocar garimpos ilegais e socorrer quem mais precisa em regiões onde a estrada é o próprio rio.
As ações combinam duas grandes frentes e forma publicadas pelo Comando Militar da Amazônia. A Operação Ágata 2025 concentra esforços no Alto Rio Negro, zona de passagem para contrabando e crimes ambientais. Já a Operação Catrimani II mergulha no coração da terra Yanomami para desmantelar frentes de mineração clandestina que ameaçam rios e comunidades indígenas.
No meio desse ambiente hostil, a prontidão das Forças Armadas também faz diferença na área humanitária. Um resgate aeromédico noturno salvou a vida de um indígena em local isolado, reforçando que vigilância e proteção caminham juntas na maior floresta tropical do planeta.
Operação Ágata 2025: presença de comando e força conjunta no Alto Rio Negro
O Alto Rio Negro voltou a ser palco da Operação Ágata, agora na edição 2025, que reúne Exército, Marinha, Força Aérea, Polícia Federal, Receita e órgãos ambientais.
O Comandante Militar da Amazônia acompanhou as tropas no terreno, conferiu postos de bloqueio fluvial e dialogou com comunidades ribeirinhas sobre segurança de fronteira.
As patrulhas fluviais fiscalizaram embarcações, apreenderam combustível contrabandeado e coibiram pesca ilegal em área protegida.
No ar, aeronaves da FAB fizeram varredura com sensores termais, enquanto drones do Exército ampliaram a vigilância noturna em rotas de garimpo clandestino.
Além do enfoque repressivo, a Ágata prestou atendimento médico básico a moradores isolados, mostrando que presença militar também significa serviços essenciais na Amazônia.
Catrimani II: desmontando o garimpo ilegal no coração Yanomami
A poucos quilômetros da fronteira com a Venezuela, militares de selva localizaram pistas clandestinas e acampamentos de garimpeiros dentro da Terra Indígena Yanomami.
Retroescavadeiras, motores de sucção, geradores e 12 balsas foram inutilizados para impedir o retorno imediato da atividade ilegal que já assoreava igarapés locais.
Peritos ambientais calcularam que a ação evitou a liberação de mercúrio suficiente para contaminar dezenas de quilômetros de rio.
A operação contou com apoio de helicópteros para infiltração rápida, permitindo que as equipes chegassem antes de alertas via rádio entre garimpeiros.
Após a destruição do maquinário, barreiras flutuantes foram instaladas em trechos críticos, reduzindo a circulação de combustível e mantimentos para novas frentes de mineração.
Quando minutos valem vidas: a evacuação aeromédica noturna na selva
Durante a mesma Operação Catrimani II, um indígena sofreu crise convulsiva em comunidade à beira do rio Catrimani, a mais de 200 quilômetros de qualquer hospital.
O Centro de Operações do Comando Militar da Amazônia acionou um helicóptero HM 4 Jaguar equipado com óculos de visão noturna e maca de suporte avançado.
A decolagem ocorreu em menos de 40 minutos, mesmo sob chuva fraca e visibilidade reduzida, demonstrando a prontidão aeromédica recém integrada às forças da Amazônia.
Médicos de campanha estabilizaram o paciente em voo, administrando oxigênio e anticonvulsivantes até a chegada à Unidade de Pronto Atendimento em Boa Vista.
O resgate reforçou a confiança das comunidades indígenas na presença das Forças Armadas, que agora conseguem atender urgências 24 horas sem depender de aeronaves civis.
Imagens: Exército Brasileiro