Imagine o estrondo de um trovão rasgando o céu, mas vindo do chão. Foi assim que Santa Catarina tremeu em maio de 2025, com uma série de tiros de obuseiro que deixaram claro: o Exército Brasileiro está cada vez mais preparado para dominar o campo de batalha moderno. Não foi um exercício comum. Os disparos realizados em Três Barras não só marcaram uma nova etapa nos testes com munições de calibre 155 mm, como também colocaram à prova a eficiência da força terrestre nacional.
No dia 12 de maio, onze tiros de obuseiro foram realizados no Campo de Instrução Marechal Hermes (CIMH). O barulho foi intenso, mas ainda mais poderoso foi o objetivo por trás dos disparos: o exame de valor balístico da carga de projeção M4, que promete elevar o desempenho da artilharia autopropulsada. Santa Catarina foi, mais uma vez, o centro nevrálgico dessa movimentação estratégica.
O poder do obuseiro em ação no coração de Santa Catarina
O cenário escolhido para os testes foi Três Barras, no interior de Santa Catarina, onde se localiza o CIMH, uma das mais importantes áreas de treinamento militar do país. Ali, o Comando da Artilharia Divisionária da 5ª Divisão de Exército conduziu uma operação coordenada que uniu precisão, logística e tecnologia. Os tiros de obuseiro não foram apenas ensaios de rotina, mas ações decisivas para validar o emprego de uma nova carga de projeção em combate.
A escolha da região não foi por acaso. Santa Catarina abriga infraestrutura militar de ponta e apresenta condições ideais para simulações de artilharia pesada, tanto pelo relevo quanto pela segurança operacional. A presença de unidades especializadas tornou o local um laboratório real de testes bélicos.
Por dentro dos testes balísticos com munição 155 mm
O centro das atenções foi a carga de projeção M4, utilizada em munições de 155 mm, um calibre padrão para sistemas de artilharia de longo alcance. O exame de valor balístico tem uma função fundamental nesse processo: avaliar a precisão, o alcance e o comportamento da munição quando lançada com diferentes níveis de carga.
Com os tiros de obuseiro realizados, o Exército pôde mensurar, em condições reais, o desempenho da M4 em comparação à M3, usada nos mesmos testes. Esses dados balísticos não são apenas números em relatórios. Eles determinam como a artilharia será usada em missões reais, quais configurações oferecem maior eficácia e como os equipamentos devem ser preparados no futuro.
A força por trás dos disparos em Três Barras
A ação não envolve apenas o Comando da Artilharia Divisionária. Um verdadeiro exército de unidades colaborou para garantir que tudo saísse como planejado. Participaram da operação militares da 5ª Região Militar, do 15º e do 5º Grupos de Artilharia de Campanha Autopropulsado, além de batalhões de logística, comunicações, engenharia e polícia do Exército.
A integração entre diferentes setores demonstra o nível de preparo e coordenação do Exército Brasileiro. Cada unidade desempenhou um papel estratégico, desde a operação dos obuseiros até a análise dos dados coletados. Tiros de obuseiro como esses exigem mais do que força bruta: demandam inteligência operacional e domínio técnico de alto nível.
Rumo à modernização: o papel do obuseiro M109 A5 e A5+Br
Dois modelos de obuseiros ganharam destaque na operação: o M109 A5 e o M109 A5+Br. Ambos fazem parte do processo de modernização das Forças Armadas, com a versão “+Br” incorporando melhorias nacionais adaptadas ao cenário brasileiro. São veículos blindados autopropulsados, capazes de disparar projéteis de longo alcance com alta precisão, protegendo as tropas e atacando alvos com eficácia letal.
A etapa atual do projeto prevê que nove unidades do M109 A5 e uma do M109 A5+Br, recentemente revitalizadas pelo Parque Regional de Manutenção da 5ª Região Militar, passem por novos testes de tiro técnico nos próximos dias. O objetivo é garantir que todos os sistemas estejam operando no mais alto nível, prontos para qualquer desafio.
Santa Catarina como palco estratégico para testes militares
Localizada em uma posição privilegiada do território nacional, Santa Catarina tem se firmado como um polo de operações militares. A escolha de Três Barras para a realização dos tiros de obuseiro não foi apenas técnica, é também estratégica. A região oferece facilidade logística, segurança institucional e uma longa tradição de cooperação com as Forças Armadas.
O Estado desempenha um papel importante no processo de modernização e preparo das tropas brasileiras. Os testes com o obuseiro não apenas contribuem para melhorar o poder de fogo do Exército, mas também reforçam a relevância de Santa Catarina na estrutura de defesa nacional. Os impactos dessas ações vão além do campo de instrução, refletem no fortalecimento da soberania e na capacidade de resposta frente a ameaças.