Revista Sociedade Militar, todos os direitos reservados.

Recruta morre e oficial diz que escola de formação não é creche.

por Sociedade Militar Publicado em 23/12/2013

Recruta morre e oficial diz que escola de formação não é creche.

Representantes das praças dizem que apesar de ser um cento de treinamento de militares o CFAP não pode ser palco de abusos cometidos por oficiais despreparados e que discriminam praças.

Durante audiência pública na Assembleia Legislativa (Alerj) para esclarecer as circunstâncias da morte do recruta Paulo Aparecido Santos de Lima, o comandante do Centro de Formação e Aprimoramento de Praças (Cfap), coronel Nélio Monteiro afirmou que lesões fazem parte da rotina da instituição, por se tratar de um “curso com objetivo de formar policiais que atuarão nas ruas”. O aluno foi internado após treinamento no dia último 12 e morreu dez dias depois. — O Cfap não é creche. É uma instituição de formação policial. O treinamento fornecido lá dentro é condizente com essa formação — disse o oficial.

Após a declaração, o presidente da Associação de Praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, Vanderlei Ribeiro, pediu a palavra para discordar do coronel. — "O Cfap não é uma creche, mas também não é casa de tortura. O problema é a cultura militarista da PM. O CFAP não pode servir para que oficiais despreparados, façam o que bem entendem com os alunos e descarreguem sua ira contra as praças, adquirida durante a LAVAGEM CEREBRAL no curso de formação de oficiais. Os direitos humanos dos policiais precisam ser respeitados desde a sua formação. Pois, como irão respeitar os direitos humanos dos cidadãos nas ruas."

Segundo o blog do soldado, amplamente acessado por militares do Rio, o Comandante do CFAP foi infeliz em suas declarações e tenta, a todo custo, livrar a cara dos oficiais que praticaram o ato que levou o recruta Paulo Aparecido à morte.

Durante a audiência pública o próprio diretor de ensino da polícia carioca afirmou que nenhum dos oficiais instrutores tem habilitação em educação físcia, uma declaração que consideramos importante, a presença de um profissional é indispensável para assegurar que nenhum dos exercícios ofereça risco à saúde dos militares envolvidos.

Os cinco oficiais investigados no Inquérito Policial Militar não foram à audiência. Alguns deputados vão propor à Comissão de Segurança Pública que os militares sejam intimados à comparecer. São eles: capitão Renato Martins Leal da Silva e os tenentes Sérgio Batista Viana Filho, Jean Carlos Silveira de Souza, Gérson Ribeiro Castelo Branco e Paulo Honésimo Cardoso da Silva sejam convocados para depor. Se a medida for aprovada, eles podem ter que comparecer sob ordem judicial.

O recruta foi internado com várias queimaduras nas nádegas, pés e mãos. O militar teria sido forçado a se deitar no asfalto quente por instrutores do curso de formação de soldados da PM do Rio de Janeiro.

Robson – https://sociedademilitar.com.br

Sociedade Militar

Sociedade Militar

Editoria da Revista Sociedade Militar - Notícias militares, forças armadas, polícia militar e segurança pública em geral. Análises sobre geopolítica e política brasileira.