Três tripulantes queimados e vazamento em porta-aviões da Marinha – Militares admitem que navio derramou óleo na Baía e marinheiros denunciam risco iminente.
A previsão inicial era de que o exercício terminasse na sexta-feira, mas o comando teria avisado à tripulação ontem de que não há mais previsão de término, o que preocupa os parentes dos tripulantes.“Estamos muito apreensivos com toda essa situação”, contou um familiar que não quis se identificar.
O porta-aviões é a única embarcação do seu tipo no Hemisfério Sul e um dos 20 do seu modelo em atividade no mundo. A atividade desempenhada é tão específica, que só nove países operam navios semelhantes. Mas o equipamento no Brasil sofre com a infraestrutura. Foi comprado já usado da França em 2000.
Procurada, a Marinha admitiu que ocorreu um “pequeno derramamento de óleo a partir de uma tubulação” e que foram colocadas barreiras de contenção, em torno do navio. O plano de emergência foi acionado para o recolhimento do resíduo despejado. Sobre os militares feridos na caldeira, eles já foram medicados e liberados, diz a Marinha.
Quatro mortes, incêndios e cinco anos parado.
Desde que foi comprado em 2000, o porta- aviões já teve quatro marinheiros mortos e 13 feridos em, pelo menos, seis grandes incêndios. Em 2005, o navio chegou a parar por cinco anos, mas voltou a operar. Em 2012, na tragédia mais recente, o marinheiro Carlos Alexandre dos Santos Oliveira, de 19 anos, morreu durante um incêndio na antessala do alojamento em que se encontravam os militares. Além dele, ficaram gravemente feridos José de Oliveira Lima Neto e Jean Carlos Fujii de Azevedo.
Naquela ocasião, tripulantes também denunciaram para a coluna ‘Força Militar’ que os problemas iniciaram logo que a embarcação deixou o cais, mas o comando decidiu seguir viagem. Há dois anos também ocorreram focos de incêndio na caldeira, e também foram registrados problemas na chaminé e nas máquinas.
A estimativa é de o navio tenha custado U$ 12 milhões, mas o problema é que só para a modernização ainda foram gastos outros US$ 90 milhões, nos últimos dez anos. Apesar dos evidentes problemas de manutenção, militares avaliam que se o navio for aposentado, o Brasil não terá mais uma esquadra — pois é necessário um porta-aviões para tal. Dessa forma, vários almirantes de esquadra teriam que ir para a reserva.
Nota do site Sociedade Militar: Acabamos de passar por lá e vimos que o navio já está atracado no cais do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro.
https://sociedademilitar.com.br
De: https://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2014-01-31/tres-tripulantes-queimados-e-vazamento-em-porta-avioes-da-marinha.html