Aécio e os MILITARES. Perspectivas.
Ao contrário do que se tenta fazer parecer, Aécio Neves não é um candidato de direita. A Social Democracia do PSDB pela direita é acusada de esquerdista e pela esquerda é acusada de direitista. Portanto, pode-se dizer que está ao centro. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso diz que o PSDB é "de centro-esquerda ou centro olhando para a esquerda". Contudo, o partido é conhecido por suas ações equilibradas e carrega o mérito de ha alguns anos ter estabilizado o Brasil, em um momento em que poderia desandar para o CAOS.{jcomments on}
O PSDB defende uma economia de mercado regulada pelo Estado, com participação mais livre das empresas privadas e de investidores nacionais ou internacionais.
Antes do primeiro turno das eleições de 2014 o Clube Militar divulgou nota onde claramente se colocava contra a reeleição de Dilma Roussef. Mas, em cima do muro em relação a Aécio e Marina. Disseram ainda que o candidato “menos pior” era Aécio neves. Acabou o primeiro turno, foi Aécio quem foi para o segundo round, e essa semana o Clube Militar divulgou nota dizendo que o candidato mineiro é o de sua preferência para o segundo turno. O clube diz que “apesar de ser de esquerda” Aécio é uma esperança de tirar o PT do poder. Ou seja, para o Clube que congrega os oficiais do Exército Brasileiro, a principal virtude do candidato tucano e ter potencial para derrotar Dilma. Parece pouco política uma declaração desse tipo, dirigida a um possivel próximo presidente do país e Comandante-em-Chefe das Forças Armadas. Admira-nos que venha da pena de um general.
Abaixo, um excerto do texto do Clube Militar.
“Aécio Neves, habilitado à disputa do segundo turno das eleições presidenciais, é uma esperança concreta de colocar fim à era petista. Sua resistência e recuperação, quando tudo parecia perdido, dão-lhe as credenciais necessárias para interromper o projeto de poder representado pelo PT, em marcha acelerada para a sovietização do país, virando uma página negra de nossa história. Pode-se começar a enumerar vantagens a seu favor pela salutar e democrática alternância do poder que ensejará. Sua vitória possibilitará, também, o importantíssimo desaparelhamento do Estado, hoje, executado em prol das intenções do PT. O candidato Aécio, ex-governador de Minas Gerais, trás em seu currículo esse excelente desempenho administrativo. Por fim e muitíssimo relevante, afasta-nos da preocupação de vivermos no limbo de uma possível mudança de regime que nos colocaria à margem da democracia, visto que o PSDB, apesar de esquerda, foge ao radicalismo nocivo e extremado.”
Na mesma semana em que o clube manifesta seu apoio meio capenga ao candidato tucano, Ivone Luzardo, faz um pouco mais do que os velhos oficiais de pijama. A presidente da associação das esposas de militares das Forças Armadas, e candidata não eleita a deputada distrital, conseguiu um encontro com Aécio Neves e lhe entregou um documento descrevendo as principais demandas da família militar brasileira. Ivone disse a Aécio que o poder de voto da família militar nacional é de 10 milhões de votos.
Esperava-se que Aécio desse algum sinal que entendeu a demanda dos militares federais recebida das mãos de Ivone Luzardo. De fato, no debate do SBT ele chega a comentar sobre o reaparelhamento das Forças Armadas, falou de veículos não tripulados, fronteiras. Os ouvidos dos militares se aguçaram nesse momento. Mas ele parou por aí. A família militar esperava mais, a demanda principal se refere ao militar como ser humano, que sustenta uma família e não pode sofrer mais com o descaso em relação a sua situação salarial, seja por qualquer tipo de revanchismo ou pelo fato do militar ser legalmente impedido de fazer paralisações de caráter reivindicatório.
O capitão Jair Bolsonaro, deputado mais votado do Rio de Janeiro, apesar de ser do PP, partido aliado do governo, em seus discursos mostra que Aécio é seu preferido. Bolsonaro disse que Dilma mente descaradamente nos debates, disse também disse que há infiltração de militares cubanos dentro do programa “mais médicos”.
Bolsonaro disse ainda que se Dilma perder nas urnas esses militares cubanos infiltrados “vão agir”. Mas o deputado não explicou o que esses cubanos farão.
Depois das declarações de Bolsonaro, Clube Militar, manifestações de apoio da presidente da UNENFA e a voz das redes sociais ligadas aos militares, que em peso torcem pela vitória de Aécio Neves, há quem acredite que, se Dilma Roussef vencer as eleições, o novo mandato pode já começar com relações ainda mais difíceis entre milicos e governo. Um site bastante conhecido chega a dizer que independente do resultado das eleições a relação entre militares e Dilma Roussef ja "azedou".
Atualmente os militares estão, não só hierárquicamente, mas também administrativamente amarrados ao chefe do Executivo. Por força da CF1988 propostas de reajustes para militares tem, obrigatoriamente, que partir do Presidente da República, não podem ser iniciadas por parlamentares. Por conta disso os militares dependem quase que exclusivamente da boa vontade do Presidente da República para a satisfação de suas demandas salariais.
Se Aécio Neves vencer, espera-se que se recorde do encontro amistoso com Ivone Luzardo, esquecendo os "elogios" advindos do clube dos oficiais. Quem sabe assim as relações entre ele e os militares fiquem "menos piores".
https://sociedademilitar.com.br