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O que mudou com a reveladora carta do Comandante do Exército para a tropa

por Sociedade Militar
30/08/2023
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Poucas pessoas que não passaram pelo menos 20 anos servindo como militares profissionais têm plenas condições de interpretar o grave documento entregue pelo Comandante do Exército, general Thomas Paiva, no formato de uma verdadeira carta de intenções endereçada para seus subordinados do Exército Brasileiro, mas que também continha recados para os militares da Marinha e da Aeronáutica. Há todo um conjunto de ações, documentos e imagens que precisa ser interpretado.

A interpretação de um civil, jornalista ou não e mesmo de um ex-militar temporário dificilmente alcança com profundidade o complexo conjunto de significados que podem estar contidos em ações dos comandos militares que a primeira vista podem ser consideradas como insignificantes ou de rotina.

“1. INTENÇÃO DO COMANDANTE … Minha intenção é orientar, com oportunidade, por intermédio de articulação sinérgica, as ações a serem desenvolvidas pelo Exército, em diferentes níveis, para continuar o processo de fortalecimento da coesão interna, valorizando a Família Militar … dar continuidade, em parceria com as demais Forças, às medidas que garantam um Sistema de Proteção Social dos Militares das Forças Armadas adequado às necessidades da Família Militar… fortalecer as ações voltadas para o bem-estar da Família Militar, a fim de ampliar a coesão e a satisfação do público interno, otimizando o Sistema de Assistência Social…”

O trecho deixa evidente que o sistema de proteção social, que foi completamente modificado há apenas 3 anos pela chamada reestruturação das carreiras, sob o comando do General Fernando, exonerado a toque de caixa e de forma constrangedora por Bolsonaro, vai ser revisto.

O general Tomás Miné Ribeiro Paiva em seu texto usa palavras fortes, conceitos importantíssimos para a estrutura militar e moral da tropa, como coesão e insatisfação. Para um entendedor experiente tudo isso junto pode significar que o novo sistema de proteção social, implementado pela lei 13.954 de 2019, foi um fracasso e que o mesmo estaria gerando insatisfação e dissensões dentro da tropa, na ativa e na reserva.

Em uma das fotografias utilizadas em texto dirigido para toda a tropa o general não aparece ao lado de outros generais ou coronéis, o que é mais comum, mas ao lado de um subtenente, o que deixa claro que os recados são dirigidos principalmente para as camadas médias e à base da instituição.

Imagem / fonte: Noticiário do Exército – https://www.eb.mil.br/web/noticias/noticiario-do-exercito/

Endossam as colocações acima as notícias da grande mídia que indicam que o Ministro da Defesa já busca junto do presidente Lula um reajuste salarial para os militares.

Poucos meses após o início do governo Bolsonaro a Revista Sociedade Militar obteve uma cópia do projeto de lei reestruturação das carreiras, ainda antes do mesmo ser apresentado. Após a publicação houve uma enxurrada de reclamações telefonemas e e-mails denunciando que o projeto de lei favorecia as altas patentes, até que a coisa chegou ao conhecimento do presidente Jair Bolsonaro, que naquele momento se encontrava nos Estados Unidos. Imediatamente o presidente da República, ao vivo, se dirigiu aos seus eleitores de baixas patentes das Forças Armadas informando que todas as discrepâncias seriam corrigidas.

Depois disso o chamado “grito dos graduados” passou a incomodar diuturnamente os comandantes militares, a ponto do ministério da defesa censurar comentários em suas redes sociais, como foi mostrado nesse artigo sobre a CENSURA NO YOUTUBE do Ministério da Defesa

As cúpulas das Forças Armadas consideraram a “live” de Bolsonaro um escândalo e sua promessa de reparo no texto uma abertura para a indisciplina na tropa. O presidente foi advertido e somando-se isso a sua conhecida fama de militar “sindicalista” e indisciplinado, decidiu se calar e não falar mais sobre o assunto. O porta voz da presidência, general Rego Barros – não se sabe ainda se por ordem de Bolsonaro – à imprensa disse que não cabia aos militares de baixa patente reclamar sobre questões salariais, que isso era direito exclusivo das cúpulas armadas.

Pelo que apuramos, Bolsonaro logo depois proibiu subordinados de o abordarem para tratar do tema. Depois daquele episódio o presidente nunca mais se dirigiu à tropa ou mencionou qualquer coisa sobre as demandas a ele apresentadas. Quando algum graduado o abordava e tocava no assunto ele respondia aos gritos, se descontrolou algumas vezes e até prometeu jogar militares na “previdência comum”, o que reforça a tese de que foi proibido de tocar no assunto, que incomodada as cúpulas armadas e deixava evidente a insatisfação na tropa.

Quem é militar sabe que As demandas da base tradicionalmente não podem ser dirigidas para a cúpula Um sargento ou um soldado não pode escrever uma carta direta para o comandante do exército Ou mesmo Gravar um vídeo de YouTube Reclamando do salário baixo. Ainda que reclamar de salários ou falar sobre política seja permitido por lei para os militares da reserva, é pouco costumeiro que um comandante militar admita, mesmo implicitamente, que tomou alguma atitude como consequência de reclamações das bases.

A Ordem Fragmentária número 001 não é um documento qualquer. Se trata de uma carta inusitada pelo meio da qual o comandante da força terrestre chama a tropa para junto de si, dizendo que tomou conhecimento das reclamações das bases, que está tomando providências para a melhoria das questões salariais, de moradia e de saúde e mais do que isso, convoca Marinha e Força Aérea para fazer o mesmo.

Robson Augusto – Revista Sociedade Militar

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