Entre os dias 20 e 25 de março, aconteceu o 1º Campeonato Mundial Militar de Paratletismo do Conselho Internacional do Esporte Militar (CISM) em Jesolo, Itália.
O time militar do Brasil conquistou o segundo lugar no quadro geral de medalhas, tendo sido composto por seis militares paratletas da Marinha, Exército, Aeronáutica e Polícia Militar dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco.
Ao todo, oito países participaram do campeonato: Alemanha, Bélgica, Brasil, Estônia, França, Grécia, Itália e Romênia. A solenidade de premiação ocorreu no dia 24 de março. O Brasil conquistou 15 medalhas: 3 de ouro, 7 de prata e 5 de bronze.
Em 2024, existe a previsão de que os militares do paradesporto participem de atividades como Camping Training Militares Paralímpicos, Camping de acesso ao Alto Rendimento, Paralimpíadas Militares, Workshop do Paradesporto Militar, Torneio Internacional, por meio de parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro, nas modalidades de Vôlei Sentado, Tiro com Arco e Tiro Esportivo.
O Paradesporto Militar tem o apoio do Ministério da Defesa, da Comissão Desportiva Militar do Brasil, do Comitê Paralímpico do Brasil e do Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos.
QUEM SÃO
Em 2023, o Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro Filho, assinou portaria que regulamenta a participação de militares das Forças Armadas em competições paradesportivas.
O documento traz como novidade a possibilidade da pasta e das Forças custearem o treinamento e a participação desses paratletas em eventos nacionais e internacionais representando as instituições.
A iniciativa beneficia os reformados inaptos para o serviço ativo militar, em consequência de ferimento ou enfermidade.
Segundo o Secretário-geral do MD, Luiz Henrique Pochyly, o ato é um estímulo ao paradesporto militar e viabiliza aos praticantes condições mais favoráveis para o desenvolvimento de potenciais, com reflexos positivos para o desempenho do país em eventos de repercussão mundial.
“A regulamentação do paradesporto militar é mais uma importante iniciativa do Ministério da Defesa e das Forças Armadas na promoção da valorização do indivíduo, na inclusão social e no fortalecimento da cidadania”, afirma.
Atualmente, 106 militares das Forças Armadas estão cadastrados no paradesporto e competem em três modalidades: tiro paradesportivo, tiro com arco e vôlei sentado.
Há estudos na Comissão Desportiva Militar do Brasil (CDMB), ligada ao Ministério da Defesa, para promover a participação de paratletas nas modalidades de atletismo e natação.
SARGENTO JOÃO DO PULO
O Ministério da Defesa realiza, desde 2015, o Projeto João do Pulo (PJP), que visa à reintegração social dos militares que tenham adquirido alguma deficiência física em consequência de acidente ou enfermidade durante a carreira.
Atualmente, o PJP também presta atendimento a pessoas com deficiência, priorizando crianças a partir dos 6 anos de idade, jovens e adolescentes em estado de vulnerabilidade social. Somente em 2023, 1084 pessoas foram beneficiadas.
O MD instituiu o Projeto “João do Pulo”, por meio da Portaria Normativa Nº 13/MD, de 17 de fevereiro de 2016, cuja denominação foi em homenagem ao extraordinário desportista militar João Carlos de Oliveira.
João Carlos de Oliveira, conhecido como João do Pulo foi um atleta, político e militar brasileiro, especializado em saltos, tendo sido recordista mundial do salto triplo, medalhista olímpico e tetracampeão panamericano no triplo e no salto em distância.
Militar por formação profissional, entrou no Exército Brasileiro como soldado e chegou a sargento. Após abandonar o atletismo em virtude de um desastre automobilístico em que perdeu uma perna, tornou-se político, sendo eleito para dois mandatos como deputado estadual em seu estado natal, São Paulo.