Os avanços tecnológicos na área de defesa têm sido constantes, e um dos mais recentes projetos da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA) dos Estados Unidos está chamando bastante a atenção: o veículo militar autônomo. O equipamento foi recentemente mencionado em um vídeo de Vinícius Feliciano, ex-militar brasileiro hoje radicado nos EUA, que discute os recursos e possíveis aplicações do avançado equipamento militar.
Segundo Feliciano, o veículo militar autônomo é capaz de percorrer um trajeto sem intervenção humana. Dotado de inteligência artificial, o veículo pode identificar obstáculos e até é capaz de tomar decisões durante o percurso. O ex-militar questiona sobre quem seria o responsável por erros cometidos pelo equipamento, já que o mesmo tem capacidade de decidir. Essa autonomia oferece diversas possibilidades de utilização, desde instalação de armamento até suporte logístico e mapeamento de terrenos hostis.
É de conhecimento dos militares de todo o mundo que os pesquisadores do Departamento de Defesa dos Estados Unidos estão avançando no desenvolvimento de um tanque não tripulado de grande porte, denominado Plataforma Pesada RACER (RHP). Este tanque autônomo de 12 toneladas é parte de um programa de duas décadas da DARPA, visando criar veículos terrestres capazes de navegar em terrenos off-road sem intervenção humana.
Os testes recentes do RHP ocorreram em ambientes naturais desafiadores, demonstrando sua capacidade de lidar com obstáculos e condições adversas. Este tanque autônomo tem potencial para complementar outras unidades da Frota de Veículos RACER, elevando as capacidades autônomas a um novo patamar de robustez.
No entanto, surgem questões éticas quanto ao uso de inteligência artificial para identificar e disparar armamento. Quem seria responsável por eventuais danos causados por decisões autônomas do veículo? Essa é uma discussão importante que acompanha o desenvolvimento dessas tecnologias.
Apesar dos avanços, ainda estamos longe de ver tanques autônomos em operação em larga escala. A DARPA continua aprimorando o RACER a cada seis meses, mas a implementação desses sistemas requer mais testes e refinamentos.
Em última análise, os veículos militares autônomos representam uma alternativa promissora para situações de conflitos, atuando em funções arriscadas sem expor vidas humanas ao perigo direto. Entretanto, é essencial ponderar sobre os aspectos éticos e legais envolvidos no uso dessa tecnologia, principalmente no uso contra outros seres humanos.
É tentador para qualquer exército a possibilidade de adquirir esse tipo de equipamento que, resumindo a coisa em linguagem simples, destói o inimigo sem arriscar a vida de meus soldados. Mas, na medida que avançamos na direção de uma maior autonomia desse tipo de veículo, devemos garantir que as tecnologias sejam utilizadas de forma responsável e ética, para o benefício da segurança global e da proteção de vidas humanas.