O coronel da reserva remunerada do Exército, Héracles Zillo, foi exonerado do cargo de chefia que ocupava no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) nesta terça-feira, 21 de maio, segundo informações do G1.
A decisão ocorreu após o próprio coronel confessar ter comparado o auditor Carlos Leandro dos Santos a um “macaco-prego”, em um episódio de racismo no ano passado.
Zillo, que trabalhava no TCE desde 2021, fechou um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) com a Justiça. Esse tipo de acordo prevê que o réu confesse o crime e cumpra algumas medidas, como pagamento de multa e participação em cursos, em troca de não ir a julgamento e não ser punido com prisão.
Confissão e acordo
De acordo com o G1, a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) aponta que o crime de racismo aconteceu no setor de transportes do TCE, quando o auditor Carlos Leandro solicitou um carro para um compromisso institucional. Ao reclamar de um aplicativo que não estava funcionando, Zillo teria dito que “viatura pra ele, só depois de cortar o cabelo”.
Leandro também relatou ter ouvido Zillo o comparando a um “macaco-prego”. Após o episódio, ele denunciou o caso e pediu transferência para o Ministério Público de Contas, aceitando inclusive uma redução salarial para se afastar do TCE.
No acordo com a Justiça, Zillo terá que seguir os passos seguintes:
- Participar de cursos e palestras sobre atitudes antirracistas;
- Pagar uma multa de R$ 5 mil para a Iniciativa por Direito Memória e Justiça Racial (IDMRJ);
- Formalizar um pedido de desculpas à vítima;
- Não ser preso ou processado criminalmente durante o prazo de cumprimento do acordo;
- Comunicar à Justiça qualquer alteração de endereço, número de telefone ou e-mail;
- Comprovar perante o Juízo, trimestralmente, o cumprimento das condições ajustadas.