Bielorrússia anunciou que seu Exército está envolvido na segunda fase dos exercícios russos, ordenados pelo presidente Vladimir Putin, para praticar a prontidão de armas nucleares táticas. Esses exercícios ocorrem em meio a tensões crescentes com o Ocidente devido à guerra na Ucrânia.
O ministro da Defesa de Belarus, tenente-general Viktor Khrenin, afirmou que os exercícios são uma medida proativa para “aumentar nossa prontidão para usar as chamadas armas de retaliação”. Khrenin destacou que a participação de Belarus nesses exercícios visa responder a qualquer ameaça ao país e ao Estado da União entre Rússia e Belarus. Contudo, ele não especificou onde os exercícios estão ocorrendo ou quais tipos de armas estão sendo utilizados.
Belarus, que faz fronteira com três países da Otan – Polônia, Lituânia e Letônia –, enfatizou que não pretende criar tensão nas questões de segurança regional. Khrenin acrescentou que o país não projeta ameaças militares a terceiros, mas está determinado a manter sua defesa preparada: “Somos um Estado pacífico, não ameaçamos nem buscamos o confronto com ninguém, mas manteremos nossa pólvora seca!”
Contexto e Implicações
No ano passado, Putin e o líder bielorrusso Alexander Lukashenko anunciaram a transferência de algumas armas nucleares táticas russas para Belarus. Essas armas, projetadas para uso em campo de batalha, diferem das armas nucleares estratégicas de longo alcance, destinadas a destruir cidades inteiras.
Analistas ocidentais acreditam que as armas nucleares táticas ganharam importância no pensamento militar de Moscou desde o início da guerra na Ucrânia, especialmente após as dificuldades enfrentadas pelas forças convencionais russas.
O uso dessas armas poderia provocar um choque significativo no Ocidente sem necessariamente desencadear uma guerra nuclear completa, embora o risco de escalada seja enorme. Desde o início do conflito, Putin tem repetidamente alertado o Ocidente sobre o poder do arsenal nuclear russo.
A participação de Belarus nesses exercícios reforça a aliança militar entre os dois países e envia uma mensagem clara ao Ocidente sobre a disposição de Moscou e Minsk em manter sua defesa estratégica robusta. A situação continua a evoluir, e as reações internacionais a esses exercícios serão fundamentais para entender as próximas movimentações no tabuleiro geopolítico.