Em 13 de abril de 2024, Israel enfrentou um ataque noturno sem precedentes, quando o Irã lançou mais de 300 drones e mísseis contra o país, simultaneamente ao lançamento de dezenas de foguetes Grad pelo Hezbollah, visando posições das Forças de Defesa de Israel nas Colinas de Golã. O que se seguiu foi um cenário de defesa impressionante.
Os interceptadores Arrow 3 de Israel atingiram mísseis balísticos ainda no espaço. Em altitudes mais baixas, os mísseis David’s Sling, semelhantes aos Patriots dos EUA, derrubaram ainda mais ameaças. Navios de guerra e aeronaves americanas também contribuíram na defesa. A última linha de defesa foi o renomado Iron Dome de Israel, uma rede de mísseis interceptores de curto alcance guiados por radar.
A defesa de Israel conseguiu deter quase todo o ataque, abatendo mísseis de cruzeiro, mísseis balísticos, foguetes e drones. No entanto, nove mísseis iranianos atingiram as bases aéreas de Nevatim e Ramon, ferindo uma pessoa. O ataque coordenado visava sobrecarregar as defesas israelenses e esgotar os estoques de interceptores. Apesar do sucesso desta vez, os planejadores israelenses sabem que a questão é numérica.
James Black, diretor assistente da RAND Europe, explicou: “Israel é uma faixa estreita de terra com centros urbanos densamente povoados. Isso não deixa muita profundidade, então há um prêmio por interceptar ameaças em voo.”
Para resolver este desafio, Israel está apostando no Iron Beam, um sistema de laser de alta potência único, com um financiamento de US$ 1,2 bilhão em ajuda dos EUA. Esta tecnologia promete um escudo defensivo quase invencível, podendo derrubar mísseis, foguetes e drones.
Denominado oficialmente de “Escudo de Luz”, o Iron Beam é um Sistema de Armas a Laser de Alta Energia de 100 quilowatts, revelado pela Rafael Advanced Defense Systems em 2014. Rafael também é contratante do Iron Dome. Black explicou: “Iron Beam não substituirá o Iron Dome, mas o complementará, oferecendo uma forma de priorizar interceptores cinéticos contra as ameaças mais necessárias.”
Diferente dos mísseis, o Iron Beam pode continuar disparando enquanto tiver energia. Isso reduz significativamente os custos por interceptação, com estimativas de apenas US$ 2 por interceptação, comparados aos US$ 40.000–50.000 por míssil do Iron Dome.
O Iron Beam também reduz o risco de danos colaterais, uma vez que os interceptadores do Iron Dome pesam 200 libras cada e podem causar sérios danos em caso de falha. Um laser, por outro lado, vai exatamente para onde é apontado, sem risco de cair inesperadamente.
Testado com sucesso em 2022, a implantação do Iron Beam estava planejada para dois a três anos depois, mas um pacote de ajuda militar de US$ 15 bilhões aprovado pelo Presidente Biden em abril, com US$ 1,2 bilhão destinados ao Iron Beam, acelerou esse cronograma.
Mark Neice, CEO da Directed Energy Consultants, destacou: “Estamos agora capazes de aproveitar lasers de fibra e elétricos do mercado comercial, desenvolvidos para corte e soldagem, focando em objetos a quilômetros de distância.”
O sucesso do Iron Beam poderá abrir caminho para sistemas de defesa a laser americanos, protegendo bases e navios de guerra no exterior, bem como proporcionando segurança interna contra ataques terroristas com drones.
Conforme Black explicou: “Se Israel conseguir implementar o Iron Beam com sucesso, isso ajudará a resolver as falhas na tecnologia e fornecerá um conceito de prova.”
Neice acrescentou que, embora Israel não seja mais avançado tecnicamente em lasers, a implantação do Iron Beam fornecerá dados essenciais sobre as operações reais, como manutenção e reparos.
Assim, além de proporcionar a Israel um escudo imbatível, o Iron Beam pode fornecer as peças que faltam para um sistema de defesa a laser americano bem-sucedido, beneficiando ambos os países e seus aliados.
Fonte: popularmechanics.com