Em meio a crescentes tensões no Oriente Médio, o Irã revelou ontem seu mais recente míssil balístico, o Qasem Basir, desenvolvido para resistir a sistemas de interceptação. Durante o anúncio, o Ministro da Defesa iraniano, General Aziz Nasirzadeh, fez uma ameaça direta: “Não temos animosidade em relação aos estados vizinhos, mas as bases americanas são nossos alvos se a guerra nos for imposta”, segundo reportou o Theran Times.
Tecnologia avançada para driblar defesas
O Qasem Basir é uma versão aprimorada do míssil Haj Qasem, com alcance de até 1.400 quilômetros e novos sistemas de orientação que o tornariam praticamente indetectável. De acordo com o Militarnyi, “a versão atualizada, chamada Qasem Basir, além do sistema inercial com correção de sinal de satélite, também recebeu um cabeçote de homing optoeletrônico”.
Nasirzadeh destacou a precisão e resiliência do míssil durante entrevista televisionada: “Este míssil é imune à guerra eletrônica, não depende de GPS e pode identificar alvos específicos entre iscas com precisão milimétrica, desviando menos de um metro nos testes finais”, reportou o Theran Times.

O míssil incorpora diversas características de última geração: corpo leve de fibra de carbono que reduz sua visibilidade ao radar, capacidade de atingir velocidades hipersônicas de até Mach 12, propulsão a combustível sólido que permite prontidão para lançamento em minutos, e sistemas de orientação óptica e infravermelha que dispensam o GPS.
Tais características, segundo especialistas militares, tornam o Qasem Basir parte central da estratégia iraniana de guerra assimétrica, priorizando armas de alta precisão e baixo custo para neutralizar as vantagens tecnológicas de adversários como Israel e Estados Unidos.
Míssil já testado com sucesso
O Ministro da Defesa iraniano afirmou que durante os testes realizados em 17 de abril, “o míssil detectou o alvo com precisão e o atingiu a uma distância de mais de 1.200 quilômetros”, conforme divulgado pelo Militarnyi.
Especialistas apontam que o desenvolvimento deste novo armamento ocorre logo após um míssil iraniano ter conseguido atingir as proximidades do Aeroporto Ben Gurion, perto de Tel Aviv, driblando os sistemas de defesa israelenses.
Resposta às ameaças americanas e israelenses
A revelação do Qasem Basir surge em um momento de elevada tensão diplomática. O Theran Times relata que o Secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, recentemente ameaçou o Irã nas redes sociais: “Vemos seu apoio letal aos Houthis. Vocês pagarão as consequências no momento e local que escolhermos.”
Nasirzadeh condenou o que chamou de postura “hipócrita” de Washington, observando que “autoridades americanas alegam que buscam o diálogo enquanto simultaneamente ameaçam com ações militares”.
Tecnologia que desafia os sistemas ocidentais
O novo míssil foi projetado especificamente para escapar de sistemas avançados de defesa antimísseis, como os americanos THAAD e Patriot, além dos sistemas israelenses.
“O sistema de mísseis Qasem Basir integrou tecnologias avançadas para combater defesas modernas, priorizando evasão e ataques rápidos”, reporta o Theran Times. Seus sistemas de orientação infravermelho e óptica permitem mira precisa sem depender de GPS.
Demonstração de força após ataques anteriores
Durante a entrevista, o general iraniano fez referência às operações True Promise I e True Promise II — ataques de mísseis e drones em larga escala contra instalações militares israelenses em abril e outubro de 2024.
“As lições das Operações True Promise guiaram o desenvolvimento de Qasem Basir”, afirmou Nasirzadeh ao Theran Times. “Fortalecemos os pontos fracos e expandimos nossas cidades subterrâneas de mísseis para garantir a prontidão.”
O Militarnyi destaca que o Irã também estaria desenvolvendo “um novo míssil balístico carregando uma ogiva nuclear com um alcance de 3.000 km baseado em projetos da República Popular da Coreia do Norte”, algo que aumenta ainda mais as preocupações na região.
Abaixo, teste do míssil balístico Qasem Basir [17 de abril de 2025]