Mansão de R$ 3,6 milhões para General repercute na grande mídia após revelação da Sociedade Militar
A informação revelada pela Revista Sociedade Militar sobre a construção de uma mansão de R$ 3,8 milhões para um general do Exército Brasileiro em Brasília gerou ampla repercussão na grande mídia.
No domingo, 28 de julho de 2024, o Estadão publicou uma reportagem detalhando a construção da residência de luxo no Setor Militar Urbano, destacando a crítica situação financeira das Forças Armadas.
A residência, com 659 metros quadrados e sete quartos, sendo quatro suítes, foi construída ao custo de R$ 3,6 milhões e já está ocupada por um oficial-general.
Localizada em um condomínio exclusivo para oficiais de alta patente, a casa oferece diversas comodidades, como academia, piscina e churrasqueira. A revelação, expõe um contraste entre os gastos com a alta cúpula militar e as necessidades das Forças Armadas.
O Exército, por sua vez, justifica a construção alegando que a moradia é “funcional” e que os generais pagam uma taxa pelo uso. No entanto, o valor da taxa, cerca de R$ 673 por mês, é considerado baixo em comparação com o salário de um general.
A revelação da construção da mansão gerou críticas, já que as Forças Armadas têm alegado falta de recursos para atividades essenciais, como a compra de munição e combustível. Recentemente, os militares reclamaram de cortes no orçamento durante uma audiência na Câmara dos Deputados.
A construção da mansão ocorreu em um momento em que as Forças Armadas têm sido alvo de críticas por gastos excessivos. Em 2020, por exemplo, as Forças Armadas compraram 700 mil quilos de picanha e 80 mil cervejas puro malte.
Em nota, o Exército explicou que a casa é um Próprio Nacional Residencial (PNR) de uso exclusivo funcional e que cobra uma taxa de 5% do soldo do general para o uso. Com o salário base de R$ 13,4 mil, um general paga R$ 673,55 por mês pela moradia, mas, com gratificações, o salário pode chegar a R$ 37 mil.
Além das nove casas para generais de quatro estrelas, há imóveis menores para assistentes diretos. Desde 2013, com a criação do Comando Militar do Norte, houve aumento na demanda por essas residências.
Esses gastos contrastam com outras despesas das Forças Armadas. Em abril, a Aeronáutica abriu licitação de quase R$ 10 milhões para comprar proteína animal, incluindo camarão seco e picanha.