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Crise na Defesa: Após a Avibras, trabalhadores da Amazul também iniciam greve por reajuste salarial

por Sérvulo Pimentel Publicado em 30/07/2024 — Atualizado em 31/07/2024
Crise na Defesa: Após a Avibras, trabalhadores da Amazul também iniciam greve por reajuste salarial

O portal de notícias Poder 360 publicou nesta terça-feira, 30 de julho, que funcionários da Amazul (Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A.), uma empresa estatal ligada à Marinha do Brasil e responsável por projetos cruciais para a defesa nacional, entraram em greve por tempo indeterminado.

Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial e melhores condições de trabalho, alegando uma defasagem salarial acumulada de 24%.

A Amazul é conhecida por ser a responsável pelo projeto do submarino nuclear brasileiro, um programa de grande importância estratégica para o país.

A empresa, que depende integralmente de recursos do Tesouro Nacional, enfrenta uma crise interna marcada pela saída de 220 funcionários desde o início de 2023. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia (SINTPq), essa alta rotatividade é resultado da má gestão da empresa e das condições de trabalho insatisfatórias.

A greve na Amazul ocorre em um momento delicado para a indústria de defesa brasileira. Recentemente, trabalhadores da Avibras, outra empresa do setor, também realizaram uma paralisação. A deflagração de novos movimentos grevistas no setor levanta preocupações sobre o impacto que essas paralisações podem ter na execução de projetos estratégicos para o país.

A proposta de reajuste salarial apresentada pela Amazul foi de 3,54%, um valor considerado insuficiente pelos trabalhadores diante da inflação acumulada. Além do reajuste, os funcionários reivindicam melhores condições de trabalho e um diálogo mais transparente com a direção da empresa.

A paralisação dos trabalhadores da Amazul gerou um grande movimento sindical. Nesta terça-feira, os funcionários realizaram um ato em frente à sede da empresa em São Paulo, com a participação de trabalhadores de outras unidades. O sindicato organizou o transporte de funcionários para a capital paulista, demonstrando a força da mobilização.

A Amazul, criada em 2013, desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de tecnologias nucleares para fins pacíficos e militares. A empresa atua em áreas como gestão do conhecimento, projetos de engenharia nuclear e desenvolvimento de tecnologias nucleares para a Marinha.

Sérvulo Pimentel

Sérvulo Pimentel

Apaixonado pela língua portuguesa e pelo universo militar, Sérvulo é professor há dez anos e atua como redator há cinco, sendo um especialista na produção de notícias sobre Defesa Nacional e sociedade militar. Na Revista Sociedade Militar, dedica-se a levar informações confiáveis e bem apuradas ao público, sempre prezando pela responsabilidade jornalística e imparcialidade. Seu compromisso é contribuir para um debate informado e acessível sobre temas estratégicos e sociais, aproximando os leitores das principais questões que envolvem as Forças Armadas e a sociedade.