RSM - Revista Sociedade Militar
  • AO VIVO
  • Página Inicial
  • Últimas Notícias
  • Forças Armadas
  • Defesa e Segurança
  • Setores Estratégicos
  • Concursos e Cursos
  • Gente e Cultura
RSM - Revista Sociedade Militar
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Início Defesa e Segurança Geopolítica

Os EUA têm poder para apagar a Coreia do Norte, o que os impede de deter essa ameaça global?

Seul está à mercê de milhares de canhões norte-coreanos: entenda por que um ataque dos Estados Unidos poderia desencadear uma tragédia

por Marcos
01/03/2025
A A

A tensão crescente na Península Coreana tem sido motivo de preocupação para a comunidade internacional. Com os Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul mobilizando recursos militares substanciais na região, a pergunta que surge é: por que os Estados Unidos não atacam a Coreia do Norte e eliminam a ameaça? Embora pareça uma solução rápida, o conflito histórico e as complexas dinâmicas militares e geopolíticas na região tornam essa decisão muito mais difícil do que parece.

A guerra da Coreia e suas consequências duradouras

A Guerra da Coreia, que teve início em 1950, foi um dos conflitos mais sangrentos da Guerra Fria. De um lado, estavam os comunistas norte-coreanos, liderados por Kim Il-sung, avô do atual líder Kim Jong-un, apoiados pela China e pela União Soviética. Do outro lado, a Coreia do Sul, sustentada pelos Estados Unidos. A guerra durou pouco mais de três anos, deixando mais de um milhão de militares mortos e quase três milhões de civis entre as vítimas.

Apesar do cessar-fogo em 1953, a guerra nunca terminou oficialmente, resultando na criação de uma zona desmilitarizada (DMZ) entre os dois países, ao longo do paralelo 38. Embora a DMZ seja tecnicamente desarmada, a região ao seu redor se transformou em uma das áreas mais militarizadas do mundo. A Coreia do Norte, em particular, concentrou uma impressionante quantidade de artilharia ao longo de sua fronteira, com muitas dessas armas apontadas diretamente para Seul, a capital sul-coreana.

A vulnerabilidade de Seul

Seul, com uma população de mais de 25 milhões de pessoas em sua região metropolitana, está perigosamente próxima da fronteira com a Coreia do Norte. Especialistas acreditam que entre mil e dois mil canhões norte-coreanos estão prontos para bombardear a cidade a qualquer momento. Esses canhões, embora antigos, são altamente destrutivos, com calibres variando de 170 mm a 300 mm.

Um ataque preventivo dos EUA contra as instalações nucleares da Coreia do Norte seria tecnicamente viável. No entanto, tal ataque desencadearia uma retaliação massiva. Estima-se que, em apenas uma hora após um ataque inicial, Seul poderia ser atingida por mais de 200 mil projéteis explosivos, resultando em um número devastador de vítimas civis. Os estrategistas militares norte-americanos e sul-coreanos sabem que um conflito direto, mesmo sem o uso de armas nucleares, teria consequências catastróficas para a população de Seul.

O papel da artilharia e o dilema militar para os Estados Unidos

A artilharia convencional da Coreia do Norte representa um dos maiores obstáculos para uma intervenção militar direta. Embora a superioridade tecnológica dos EUA e da Coreia do Sul seja inquestionável, a capacidade da Coreia do Norte de lançar um ataque rápido e devastador contra Seul faz com que qualquer operação militar seja extremamente arriscada. Mesmo que os EUA utilizassem bombardeiros estratégicos, como o B-52, para tentar destruir as baterias de artilharia norte-coreanas, o número de peças de artilharia é tão grande que uma eliminação completa em pouco tempo é praticamente impossível.

Além disso, as defesas antiaéreas norte-coreanas estão bem posicionadas, tornando qualquer tentativa de ataque aéreo uma tarefa altamente arriscada. Estima-se que, nas primeiras 24 horas de um conflito, Seul já teria sido severamente atingida, com centenas de milhares de projéteis explosivos e incendiários causando destruição em massa. Mesmo que os centros militares e nucleares da Coreia do Norte fossem destruídos, o impacto sobre Seul seria tão devastador que o custo político e humano poderia inviabilizar a continuidade da campanha militar.

A Geopolítica da região e a hesitação internacional

Outro fator que impede uma ação militar é a posição da China. Embora a relação entre a China e a Coreia do Norte tenha se enfraquecido nos últimos anos, Pequim não tem interesse em ver o regime de Pyongyang colapsar. A China teme que um colapso norte-coreano leve a uma crise de refugiados em sua fronteira e possivelmente resultaria na reunificação da Península Coreana sob influência dos EUA, algo que seria visto como uma ameaça estratégica para Pequim.

Além disso, as guerras modernas são imprevisíveis, com variáveis que muitas vezes escapam ao controle dos comandantes militares. Embora um conflito prolongado eventualmente resultasse na vitória dos EUA e da Coreia do Sul, o custo humano, econômico e político de tal guerra seria exorbitante. A destruição de Seul, uma das maiores cidades do mundo, com dezenas de milhares de civis mortos em poucas horas, criaria uma crise humanitária de proporções gigantescas e poderia minar o apoio internacional à intervenção.

Portanto, a hesitação dos EUA e de seus aliados em atacar a Coreia do Norte não se baseia em uma falta de capacidade militar, mas sim nas consequências desastrosas que um conflito teria, especialmente para os civis sul-coreanos. O regime de Pyongyang sabe disso e tem usado essa vulnerabilidade como uma de suas principais estratégias de dissuasão. Enquanto Seul estiver sob a mira das armas norte-coreanas, qualquer movimento militar contra o regime de Kim Jong-un será cuidadosamente ponderado.

Em última análise, o cenário na Península Coreana permanece tenso, com uma guerra que tecnicamente nunca terminou. O dilema militar, a vulnerabilidade de Seul e a complexidade geopolítica da região continuam a impedir uma solução militar rápida, forçando todas as partes envolvidas a buscarem alternativas diplomáticas, embora o caminho para a paz pareça distante.

 

Ver Comentários

Artigos recentes

  • Além das motos e carros: Honda surpreende com motores usados por militares, geradores que salvam vidas e tecnologias que operam onde tudo falha 09/05/2025
  • Trump institui ‘Dia da Vitória’ em 8 de maio e garante que triunfo na Segunda Guerra foi graças aos EUA: “Goste ou não, fomos nós!” 08/05/2025
  • Militares veem a História como meio de aplicar estratégias aos desafios atuais — “É necessário entrar nas Academias e fazer uma mudança no ensino militar”, diz jornalista 08/05/2025
  • Exército aumenta número de generais: de 2019 a 2025 a força ganhou mais 13 cadeiras 08/05/2025
  • GUERRA em MINUTOS! Conheça a Guerra Anglo-Zanzibari, a guerra mais curta da história, durou menos de 45 min, mas mudou TUDO! 08/05/2025
  • Concurso EsPCEx 2025 teve as inscrições PRORROGADAS, 440 vagas para pessoas com ensino médio 08/05/2025
  • A motocicleta militar com tração nas duas rodas que incrementa a mobilidade tática para operações especiais nos EUA 08/05/2025
  • Apesar de crise orçamentaria e falta de recursos, Lula quer doar 2 aeronaves da Marinha ao Uruguai: PL que autoriza doação de Helicópteros Bell Jet Ranger III(IH-6B) é enviado ao congresso 08/05/2025
  • Concurso EsPCEx encerra inscrições nesta semana! Fique atento ao prazo e não perca a chance de se tornar um militar de carreira 08/05/2025
  • Senado aprova aumento de cotas para negros em concursos públicos: saiba o que muda a partir de agora 08/05/2025
  • Sobre nós
  • Contato
  • Anuncie
  • Política de Privacidade e Cookies
- Informações sobre artigos, denúncias, e erros: WhatsApp 21 96455 7653 não atendemos ligação.(Só whatsapp / texto) - Contato comercial/publicidade/urgências: 21 98106 2723 e [email protected]
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Conteúdo Membros
  • Últimas Notícias
  • Forças Armadas
  • Concursos e Cursos
  • Defesa e Segurança
  • Setores Estratégicos
  • Gente e Cultura
  • Autores
    • Editor / Robson
    • JB REIS
    • Jefferson
    • Raquel D´Ornellas
    • Rafael Cavacchini
    • Anna Munhoz
    • Campos
    • Sérvulo Pimentel
    • Noel Budeguer
    • Rodrigues
    • Colaboradores
  • Sobre nós
  • Anuncie
  • Contato
  • Entrar

Revista Sociedade Militar, todos os direitos reservados.