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C-390, da Embraer, se destaca como a aeronave de transporte mais moderna do mundo e desafia o C-130J da Lockheed Martin e Airbus na disputa pela Força Aérea Indiana

por Sérvulo Pimentel Publicado em 11/11/2024 — Atualizado em 12/11/2024
C-390, da Embraer, se destaca como a aeronave de transporte mais moderna do mundo e desafia o C-130J da Lockheed Martin e Airbus na disputa pela Força Aérea Indiana

A Embraer, a joia da coroa da indústria aeronáutica brasileira, está no centro de uma disputa global de proporções épicas. A Índia, um dos maiores mercados de defesa do mundo, está em busca de um novo avião de transporte militar para substituir seus modelos mais antigos, como o An-32.

Segundo o Eurasian Times, o C-390 Millennium, da brasileira Embraer, é considerado a aeronave de transporte militar mais moderna do mercado e está ganhando destaque nessa disputa. Grandes empresas de defesa estão competindo pela chance de vender suas aeronaves para a Força Aérea Indiana (IAF), e a Embraer entra forte na corrida contra gigantes como a Lockheed Martin e a Airbus.

C-390: a promessa de eficiência e custo-benefício

A Embraer, em parceria com a indiana Mahindra, está oferecendo o C-390 Millennium, um avião de transporte multimissão que pode ser fabricado localmente na Índia. O C-390 se destaca em vários aspectos em relação ao C-130J Super Hercules da Lockheed Martin, aeronave que já está em operação na IAF. De acordo com especialistas, o C-390 é 40% mais rápido para missões de transporte, possui maior capacidade de carga e um teto operacional mais alto, podendo chegar a 36.000 pés, enquanto o C-130J opera a 28.000 pés.

Além disso, o C-390 transporta 18% mais carga do que o C-130J e tem um custo estimado 41% inferior. Essas vantagens tornam a aeronave brasileira uma opção muito atraente para a IAF, que busca reduzir custos operacionais e aumentar a eficiência de sua frota de transporte militar.

A competição acirrada no mercado indiano

No entanto, a competição é feroz. A Lockheed Martin, com o C-130J, já tem uma relação consolidada com a IAF, que opera 12 unidades dessa aeronave desde 2017. Além disso, a Airbus oferece o A-400M, uma aeronave de grande porte e alta capacidade de carga. Mas, segundo especialistas, a experiência com o C-130J, somada à relação já estabelecida, pode dar à Lockheed uma vantagem nesse processo.

Contudo, a Embraer, com o C-390, tem uma forte carta na manga: a fabricação local. Se for escolhida, a Índia poderá contar com a produção da aeronave em solo indiano, o que pode gerar empregos e trazer vantagens econômicas significativas. A parceria com a Mahindra também fortalece a proposta, já que a empresa indiana tem experiência na produção de sistemas de defesa.

Divulgação/Embraer

O que está em jogo para a Índia e para os fabricantes

Para a Índia, essa aquisição é estratégica. Além de substituir aeronaves envelhecidas, o país busca fortalecer sua capacidade de transporte aéreo para enfrentar desafios geopolíticos, principalmente na região do Himalaia, onde a presença militar precisa de agilidade e capacidade de mobilização rápida. O C-130J, com sua capacidade de operar em pistas não preparadas, já provou seu valor, mas o C-390 oferece vantagens claras em termos de eficiência operacional e custo.

Sérvulo Pimentel

Sérvulo Pimentel

Apaixonado pela língua portuguesa e pelo universo militar, Sérvulo é professor há dez anos e atua como redator há cinco, sendo um especialista na produção de notícias sobre Defesa Nacional e sociedade militar. Na Revista Sociedade Militar, dedica-se a levar informações confiáveis e bem apuradas ao público, sempre prezando pela responsabilidade jornalística e imparcialidade. Seu compromisso é contribuir para um debate informado e acessível sobre temas estratégicos e sociais, aproximando os leitores das principais questões que envolvem as Forças Armadas e a sociedade.