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Adeus, Musk? Brasil fecha com chinesa SpaceSail e mira fim da Starlink, incluindo áreas remotas e bases militares das Forças Armadas

por Sérvulo Pimentel Publicado em 22/11/2024
Adeus, Musk? Brasil fecha com chinesa SpaceSail e mira fim da Starlink, incluindo áreas remotas e bases militares das Forças Armadas

A Starlink, de Elon Musk, pode estar com os dias contados no Brasil. Isso porque na última quarta-feira (20), o governo brasileiro assinou um acordo com a SpaceSail, concorrente chinesa da gigante norte-americana, para oferecer internet via satélite em áreas remotas. A parceria inclui a transferência de tecnologia e o desenvolvimento de infraestrutura digital, beneficiando regiões dependentes da Starlink, como bases das Forças Armadas em locais de difícil acesso.

Internet para áreas isoladas

O memorando de entendimento, firmado entre a chinesa SpaceSail e a estatal brasileira Telebras, prevê o fornecimento de internet de alta velocidade por meio de satélites de órbita baixa (LEO). A iniciativa busca levar conectividade a localidades onde a fibra óptica não chega, como comunidades rurais e regiões isoladas. Segundo o governo, o objetivo é substituir a atual dependência da tecnologia da Starlink, que tem fornecido suporte para áreas remotas desde a gestão de Jair Bolsonaro.

Parceria tecnológica estratégica

Durante a assinatura do acordo, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, destacou o papel da parceria para superar desigualdades sociais e promover uma economia digital inclusiva. “Nosso compromisso é usar a inovação tecnológica para transformar a conectividade no Brasil e reduzir barreiras de acesso à internet”, afirmou Jie Zheng, presidente da SpaceSail.

Brasil fecha parceria com chinesa SpaceSail para internet via satélite. Imagem: Reprodução/Youtube

A colaboração inclui o compartilhamento de tecnologia e o estudo de demandas específicas para implementação da internet via satélite em locais estratégicos, consolidando o papel do Brasil na cooperação tecnológica com a China.

Expansão agressiva da SpaceSail

Com 36 satélites em operação e planos ambiciosos de chegar a 15 mil até 2030, a SpaceSail quer desafiar o monopólio da Starlink, que atualmente opera cerca de 6 mil satélites. A primeira leva de satélites da empresa chinesa foi lançada em agosto de 2024, marcando o início de sua operação global.

A parceria com o Brasil se soma a outros memorandos da SpaceSail em países como Peru, Uruguai e Chile, reforçando sua estratégia de expansão na América Latina. A empresa quer não apenas atender áreas remotas, mas também desenvolver cidades inteligentes e fortalecer a indústria digital.

Com o acordo, o Brasil se aproxima da China para diversificar suas opções de conectividade e, possivelmente, encerrar a dependência da tecnologia de Musk, especialmente nas Forças Armadas, que hoje utilizam a Starlink em suas operações mais críticas.

Com informações de Revista Fórum

Sérvulo Pimentel

Sérvulo Pimentel

Apaixonado pela língua portuguesa e pelo universo militar, Sérvulo é professor há dez anos e atua como redator há cinco, sendo um especialista na produção de notícias sobre Defesa Nacional e sociedade militar. Na Revista Sociedade Militar, dedica-se a levar informações confiáveis e bem apuradas ao público, sempre prezando pela responsabilidade jornalística e imparcialidade. Seu compromisso é contribuir para um debate informado e acessível sobre temas estratégicos e sociais, aproximando os leitores das principais questões que envolvem as Forças Armadas e a sociedade.