O chefe da OTAN, Mark Rutte, fez um alerta grave sobre a necessidade urgente de aumentar os gastos com defesa para evitar uma possível guerra com a Rússia. Em seu primeiro discurso como secretário-geral da OTAN, Rutte enfatizou que os países europeus não estão preparados para os desafios que se aproximam, principalmente devido à crescente ameaça da Rússia e suas intenções militares.
Acelerando os gastos em defesa
Durante seu discurso em Bruxelas, Rutte declarou que a OTAN deve intensificar sua produção e gastos com defesa, a fim de evitar um grande conflito no futuro. Segundo ele, a ameaça de guerra com a Rússia se aproxima rapidamente, e, por mais que os países da aliança tenham aumentado seus orçamentos de defesa, ainda não são capazes de igualar a produção de armamentos da Rússia.
Rutte destacou que, embora não haja uma “ameaça militar iminente”, a OTAN precisa agir de forma mais rápida e decisiva. “Precisamos de uma mentalidade de guerra”, afirmou, enfatizando que é essencial que os aliados aumentem seus esforços para proteger o território da aliança. O apelo foi feito em meio a uma guerra em curso na Ucrânia, onde a Rússia continua ganhando terreno.
Desafios e sacrifícios: O futuro da defesa
O secretário-geral também alertou sobre os desafios de aumentar os gastos com defesa, especialmente em algumas das principais economias europeias, como Itália e Espanha, que ainda estão abaixo da meta de 2% do PIB definida pela OTAN. Apesar disso, Rutte insistiu que o objetivo precisa ser revisado, com um possível aumento para 3%, como discutido por Donald Trump em seus preparativos para um novo mandato nos Estados Unidos.
Para Rutte, os sacrifícios que os países da OTAN precisariam fazer agora, como aumentar os gastos com defesa e melhorar a produção militar, serão essenciais para evitar um custo muito mais alto no futuro, caso a guerra se espalhe. O ex-primeiro-ministro holandês lembrou que durante a Guerra Fria, os países europeus gastavam mais de 3% de seu PIB em defesa, e esse nível de comprometimento foi crucial para vencer o conflito.
A ameaça da Rússia e a necessidade de união na defesa
Em meio a uma crescente competição militar com a Rússia e outras potências como China, Irã e Coreia do Norte, Rutte advertiu que a OTAN corre o risco de ficar para trás se não se unir para melhorar suas forças armadas. Ele destacou que a indústria de defesa da Europa ainda é “pequena, fragmentada e muito lenta”, o que torna urgente a necessidade de inovações e riscos para atender à crescente demanda por armamentos.
Ao concluir seu discurso, Rutte fez um apelo direto aos cidadãos da OTAN: “Devemos perguntar a nós mesmos: estamos dispostos a fazer sacrifícios agora para garantir nossa segurança no futuro?” Ele reforçou que, para enfrentar os desafios impostos pela Rússia e outras potências, é necessário que os países da OTAN fortaleçam suas capacidades militares, trabalhando juntos para garantir um futuro mais seguro para a aliança e para a Europa.