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Trump fecha a USAID e muda a geopolítica mundial: com bilhões de dólares desviados, os Estados Unidos abrem caminho para China e Rússia dominarem a diplomacia global

O encerramento da agência por Trump deixa uma falha no poder global: com o apoio de Elon Musk, os Estados Unidos encerram o programa após denúncias de desvios bilionários

por Alisson Ficher
07/02/2025
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A decisão de Donald Trump de fechar a USAID impactou profundamente a política externa dos Estados Unidos, alterando o equilíbrio de poder global. Com o apoio de Elon Musk, o governo alegou desperdício de recursos e projetos ineficientes, enquanto investigações apontavam desvios bilionários. Sem essa ferramenta de influência, os EUA enfrentam desafios que favorecem China e Rússia.

Criada por John F. Kennedy em 1961, durante a Guerra Fria, a USAID foi apresentada como um mecanismo de ajuda humanitária, mas operou como um instrumento de influência política e econômica dos Estados Unidos. Sua assistência financeira frequentemente exigia alinhamento com os interesses de Washington.

Com o tempo, a USAID se envolveu em operações sigilosas na América Latina, no Oriente Médio e na Ásia, financiando grupos opositores e sendo acusada de interferência externa. No governo Trump, a controvérsia atingiu seu auge. Determinado a cortar gastos e reformular a política externa, Trump, com apoio de Elon Musk, desmantelou a agência e suspendeu repasses internacionais por 90 dias. Para alguns, a medida trouxe economia; para outros, abriu espaço para que China e Rússia expandissem sua influência global.

A USAID durante a Guerra Fria: estratégia e controle global

Desde sua criação, a USAID foi utilizada para enfraquecer a influência soviética ao redor do mundo. Durante as décadas de 1970 e 1980, a agência canalizou centenas de milhões de dólares para financiar grupos opositores a regimes alinhados com Moscou. Países como Nicarágua e El Salvador receberam fundos que, muitas vezes, foram direcionados para movimentos paramilitares, criando uma rede de influência americana sobre a política local.

O escândalo Irã-Contras expôs como os Estados Unidos desviaram recursos da USAID para abastecer operações clandestinas, favorecendo grupos armados na América Latina. Na Ásia, a agência esteve envolvida na desestabilização de governos nas Filipinas e Indonésia, pressionando líderes a adotarem políticas alinhadas com os interesses de Washington.

No contexto da Guerra do Vietnã, a USAID desempenhou um papel estratégico duplo: por um lado, financiava programas para ganhar a confiança da população civil; por outro, canalizava recursos para fortalecer o governo sul-vietnamita contra os vietcongues. Essa atuação reforçou a ideia de que a agência ia muito além da ajuda humanitária, operando como uma extensão indireta da política externa dos Estados Unidos.

Corrupção, desvios e a ascensão de Elon Musk no debate

A USAID expandiu suas operações muito além da Guerra Fria e, ao longo dos anos, protagonizou uma série de escândalos financeiros e políticos. No Oriente Médio, a agência investiu bilhões de dólares na reconstrução do Iraque e do Afeganistão após as intervenções militares dos Estados Unidos. No entanto, investigações expuseram graves irregularidades, mostrando que autoridades desviaram ou administraram mal grande parte desses recursos. Enquanto empresas privadas americanas se beneficiavam desses contratos, a população local permaneceu sem melhorias concretas.

Casos de superfaturamento e abandono de projetos levantaram críticas sobre a transparência da agência. Em 2014, a revelação de um programa secreto da USAID em Cuba, chamado ZunZuneo, mostrou como a agência financiou uma rede social para incentivar protestos contra o governo comunista da ilha. Esse episódio evidenciou que a USAID continuava atuando como um braço da influência americana, agora utilizando estratégias digitais para promover mudanças políticas.

Dentro dos Estados Unidos, a agência também se tornou alvo de críticas. Durante o governo Trump, grupos conservadores acusaram a USAID de financiar projetos progressistas, incluindo iniciativas ligadas a direitos LGBT e mudanças climáticas. Esse embate resultou na reestruturação da agência, reduzindo seu orçamento e alterando a forma como os repasses internacionais eram feitos.

O bilionário Elon Musk, um dos principais aliados de Trump na reestruturação do governo, defendeu o fechamento da USAID, alegando que a agência desperdiçava bilhões de dólares em projetos sem impacto real. Segundo Musk, o modelo de atuação da USAID servia mais para financiar pautas ideológicas progressistas do que para cumprir seu papel original de assistência humanitária. Suas declarações geraram forte polêmica, especialmente quando afirmou que a agência direcionava recursos para grupos radicais de esquerda no exterior.

O fim da USAID nos Estados Unidos e a nova configuração da geopolítica global

A decisão de Donald Trump de desmantelar a USAID repercutiu imediatamente e gerou um intenso debate no cenário político dos Estados Unidos. No Congresso, parlamentares democratas reagiram prontamente e classificaram a medida como ilegal, alegando que enfraqueceria a diplomacia americana. Por outro lado, alguns republicanos expressaram preocupação com as consequências geopolíticas desse fechamento. Afinal, por décadas, os Estados Unidos usaram a USAID como um instrumento essencial para exercer influência ao redor do mundo.

O encerramento da agência colocou muitos países em uma situação incerta, especialmente aqueles que dependiam de seus recursos para projetos de infraestrutura e saúde. Como consequência, organizações humanitárias alertaram para o risco iminente de colapsos financeiros em diversas regiões. Mais especificamente, o Oriente Médio e a África se tornaram os locais mais vulneráveis, onde a ausência de financiamento ameaça agravar crises humanitárias já existentes.

No entanto, o impacto dessa decisão vai além das questões humanitárias. Mais importante ainda, o fechamento da USAID criou um vácuo de poder que outras potências rapidamente exploraram. Diante dessa nova realidade, China e Rússia enxergaram uma oportunidade estratégica e ampliaram sua influência global. Dessa forma, a retirada dos Estados Unidos desse cenário abriu espaço para que essas nações fortalecessem suas ações diplomáticas e econômicas em regiões que antes seguiam alinhadas com Washington.

China e Rússia: os novos donos do jogo?

Com o colapso da USAID, a China intensificou seus investimentos em infraestrutura por meio da Iniciativa do Cinturão e Rota. Essa estratégia permitiu a Pequim firmar alianças estratégicas em países que antes dependiam da ajuda americana.

A Rússia, por sua vez, adotou um modelo de cooperação militar e energética para consolidar sua presença no cenário internacional. Sem a USAID para promover alianças estratégicas através de ajuda humanitária, os Estados Unidos podem precisar recorrer a sanções e operações militares diretas para manter sua influência global.

Para muitos analistas, a dissolução da agência representa uma redução na capacidade de Washington de atuar através do soft power. O fechamento da USAID significou uma economia de bilhões de dólares, mas também pode ter enfraquecido a diplomacia americana.

Trump, Elon Musk e a nova política externa dos Estados Unidos

A participação de Elon Musk na reestruturação do governo Trump desempenhou um papel decisivo no fechamento da USAID. Defensor de uma administração mais eficiente, Musk argumentou que a agência não representava mais os interesses nacionais e desperdiçava recursos em programas ideológicos e ineficientes. Para ele, a USAID havia se tornado um mecanismo de influência progressista, sem impacto real na política externa dos Estados Unidos.

No entanto, a medida provocou uma onda de críticas. Líderes internacionais alertaram que o fim da agência poderia desestabilizar ainda mais o cenário global, abrindo espaço para o avanço de potências rivais, como China e Rússia, no tabuleiro da geopolítica mundial.

Dentro dos próprios Estados Unidos, Trump enfrentou resistência política. Setores do Partido Republicano expressaram preocupação de que, sem a USAID, os EUA se tornassem mais dependentes do uso da força militar para manter sua influência global, o que poderia levar a um aumento de intervenções diretas e sanções econômicas.

No entanto, a decisão foi mantida, reforçando a política de Trump de cortar gastos e reduzir o envolvimento americano em questões externas. Isso levou analistas a refletirem sobre o impacto a longo prazo dessa mudança, especialmente diante do avanço da China e da Rússia.

O fim da USAID: vitória administrativa ou derrota geopolítica?

O desmantelamento da USAID é um dos episódios mais controversos da política externa americana recente. Enquanto Trump e Musk defenderam a medida como uma forma de eficiência administrativa, críticos apontam que a decisão pode ter enfraquecido a presença global dos Estados Unidos.

Sem a USAID, a estratégia americana precisará se adaptar a um cenário global mais desafiador, no qual China e Rússia ampliam sua influência e os EUA precisam reavaliar sua política externa.

O mundo pós-USAID traz uma nova configuração geopolítica, onde a ausência dessa agência pode se tornar um divisor de águas no equilíbrio de poder global. Essa decisão ainda está se desenrolando, e sem dúvida, suas consequências impactarão o cenário global a longo prazo, porém, o jogo da geopolítica já mudou drasticamente. Diante desse novo contexto, os Estados Unidos precisam urgentemente desenvolver novas estratégias para manter sua influência no século XXI. Caso contrário, China e Rússia ocuparão esse vácuo e redefinirão o equilíbrio de poder mundial.

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