Em entrevista ao jornalístico Manhã de Notícias, da TV Tiradentes de Manaus (AM), o Comandante Militar da Amazônia, General Costa Neves, falou um pouco mais sobre o exercício militar feito pela Venezuela que adentrou alguns metros da cidade de Pacaraima (RR) em 23 de janeiro. A conversa aconteceu nesta segunda-feira, 10 de março.
Questionado pelo apresentador sobre como o Comando Militar da Amazônia reagiu ao episódio, o General minimizou.
“A Venezuela fez esse exercício, aliás é um exercício que eles fazem com uma certa regularidade, e estivemos com nossas tropas prontas como sempre estão. Ali mesmo em Pacaraima nós temos um Pelotão Especial de Fronteira. Tinha ali um Esquadrão de Cavalaria Mecanizado e nós transformamos num Regimento. Era como se nós multiplicássemos por 3 nossa capacidade (…) Nossa tropa está muito bem preparada, muito bem capacitada. Nós temos radares, material de guerra eletrônica, nós estamos muito bem equipados para garantir a soberania do país”.
Militares e diplomatas foram pegos de surpresa com o fato de a Venezuela não ter avisado previamente que usaria alguns metros do território brasileiro para manobrar seus veículos, desrespeitando um acordo entre os dois países. A população de Pacaraima também entrou em pânico com a situação, achando que se tratava de uma invasão venezuelana ao Estado de Roraima.
Diante da situação, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, entrou em contato com o chanceler venezuelano e cobrou explicações. Segundo a Veja, o auxiliar de Maduro disse que o avanço sobre a região não foi intencional e pediu desculpas pelo que considerou um erro e um mal-entendido.
Responsável por áreas dos Estados do Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia, o Comando Militar da Amazônia defende 25% do território nacional, incluindo mais de 9,7 mil quilômetros de fronteira – o equivalente a 62% das fronteiras terrestres do Brasil com os países vizinhos.
Durante a entrevista, o General Costa Neves enumerou todos os investimentos que a região recebeu, como viaturas blindadas Guaicurus, carros de combate de cavalaria Cascavel e mísseis anticarro e afirmou estar recebendo muito apoio do Comandante do Exército, General Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva.
“Todas as demandas que apresento, ele responde de forma positiva. Porque o Exército não tem como deixar de ver a Amazônia como peça fundamental para o nosso país. Tenho recebido muito material, muita prioridade. Agora, por exemplo, estamos instalando o Sisfron, que é o sistema integrado de monitoramento de fronteiras. São milhões de reais investidos em tecnologia pra nós termos sensoriamento das faixas de fronteira, apoio à decisão, apoio às ações de defesa e tudo isso vem deixando nossa tropa em condição muito boa, excelente mesmo, para nós garantirmos a soberania, além de cumprirmos as outras nossas missões”.