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A Marinha Brasileira está prestes a entrar para o seleto grupo de potências nucleares! Mas sem R$ 1 bilhão extra por ano, o sonho do submarino nuclear pode afundar antes mesmo de sair do estaleiro

Submarino nuclear da Marinha brasileira exigirá R$ 1 bilhão extra por ano para cumprir prazo de entrega previsto entre 2034 e 2035

por Noel Budeguer
24/03/2025
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O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), conduzido pela Marinha desde 2008, inicia em 2025 uma nova e crucial fase de execução.
Com dois submarinos da classe Riachuelo — movidos por propulsão diesel-elétrica — já entregues, outros dois avançam em ritmo acelerado e devem ser finalizados até o fim de 2026.

Neste momento, a Marinha busca firmar com o grupo francês Naval Group um novo contrato, este voltado para a construção do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear.
Apesar do andamento positivo das tratativas, a limitação orçamentária causa apreensão entre os responsáveis pelo projeto.

O investimento destinado ao Prosub — que também engloba a montagem de um reator nuclear de uso múltiplo em Iperó (SP) — tem oscilado pouco nos últimos anos, girando em torno de R$ 2 bilhões anuais.
Em seu início, beneficiado por um cenário econômico favorável, o programa chegou a contar com cerca de R$ 4 bilhões por ano, mas sofreu cortes durante a recessão de 2015 e 2016, quando o orçamento caiu para R$ 1,5 bilhão, estabilizando-se em seguida.

Para 2024, foram aplicados novamente R$ 2 bilhões. Já a proposta orçamentária para 2025, aprovada pelo Congresso e aguardando sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), estipula R$ 2,1 bilhões.
Segundo oficiais da Marinha ouvidos pela CNN, essa quantia, embora elevada, não é suficiente para garantir o lançamento do submarino nuclear dentro do prazo estabelecido — entre 2034 e 2035.

Caso os aportes anuais permaneçam no patamar atual, a previsão mais realista é de que a entrega do submarino fique para o final da próxima década, com chances de ocorrer apenas por volta de 2040.
Para evitar esse atraso, almirantes afirmam que seriam necessários investimentos extras de, no mínimo, R$ 1 bilhão por ano.

Além do Prosub, outros projetos navais também estão sob risco devido à limitação de recursos.
A Marinha deverá aposentar 43 embarcações até 2028 — aproximadamente 40% de toda a frota atual — sem garantias de reposição desses meios operativos.

Diante desse cenário, o comandante da Marinha, Marcos Olsen, tem sido um defensor firme da PEC que propõe fixar um piso de 2% do PIB para o orçamento das Forças Armadas.
Enquanto isso, o ministro da Defesa, José Múcio, sugere um piso alternativo de 1,5% da receita corrente líquida. No entanto, ambas as propostas seguem sem avanço no Senado.

Submarinos convencionais da Marinha brasileira

Considerado um dos pilares estratégicos da defesa nacional, o Prosub engloba tanto o desenvolvimento do submarino com propulsão nuclear quanto a construção de quatro modelos convencionais diesel-elétricos:

  • Riachuelo (S40), já incorporado à frota em 2022;
  • Humaitá (S41), lançado em 2024;
  • Tonelero (S42), cuja entrega está prevista para outubro ou novembro de 2025;
  • Almirante Karam (S43), antigo Angostura, com previsão de conclusão até o fim de 2026.

Esses novos submarinos têm como missão reforçar a presença do Brasil na chamada “Amazônia Azul” — área marítima estratégica de 3,5 milhões de km², por onde circulam 95% do comércio exterior e se concentra a produção de mais de 90% do petróleo nacional, além de vastas reservas de biodiversidade e recursos minerais.

Apesar da importância dos modelos convencionais, a Marinha destaca o submarino nuclear — batizado como Almirante Álvaro Alberto — como o grande diferencial do Prosub.
A embarcação, que contará com armamentos convencionais, marcará um salto significativo na capacidade militar do país. Atualmente, apenas seis nações operam submarinos com propulsão nuclear: EUA, Reino Unido, Rússia, França, China e Índia.

Nova etapa do programa

Na visão da Marinha, a fase inicial do Prosub foi dedicada à implantação do Complexo Naval de Itaguaí (RJ) e à construção de toda a infraestrutura básica.
A segunda etapa compreendeu a produção dos quatro submarinos convencionais da classe Riachuelo.

O programa entra agora em sua terceira e mais complexa fase: a construção definitiva do submarino com reator nuclear.
Apesar de o estaleiro continuar sendo o mesmo, será necessário adaptar áreas como cais e diques para acomodar os novos requisitos técnicos.

Essa fase exigirá a formalização de um contrato bilionário com o Naval Group e também com a Novonor (ex-Odebrecht), encarregada das obras civis e de engenharia.
Além do contrato, será preciso um acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para definir os protocolos de fiscalização das instalações em Itaguaí e em Iperó (SP).

O Ministério das Relações Exteriores já enviou uma proposta à AIEA para organizar futuras inspeções. O Brasil pretende demonstrar, de forma transparente, que o novo submarino jamais será equipado com armamentos nucleares.

Em Iperó (SP), município localizado na região de Sorocaba, estão instalados dois laboratórios cruciais para o projeto: o LEI (Laboratório de Enriquecimento Isotópico), responsável pela tecnologia de enriquecimento de urânio,
e o Labgene (Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica), um protótipo em escala real dos sistemas de propulsão a serem embarcados no submarino.

O Labgene permite testar, em ambiente controlado e seguro, o funcionamento do reator e de seus sistemas mecânicos, elétricos e de comando antes da instalação final.
A expectativa da Marinha é colocar o reator de Iperó em plena operação até 2027 — ou, no mais tardar, 2028.

No mesmo ano, devem começar, no complexo de Itaguaí, as obras que darão forma à parte nuclear do submarino, consolidando a etapa mais avançada do Prosub.

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