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O fim da indústria de defesa brasileira? Brasil está ficando para trás enquanto o mundo avança em tecnologia militar, diz jornalista

O Brasil está deixando passar uma chance única de se tornar líder na indústria de defesa global. Enquanto o mundo se prepara para uma nova corrida armamentista, o país perde terreno, sem aproveitar o potencial de suas empresas e inovações. O futuro da segurança nacional do Brasil depende das decisões tomadas agora.

por Alisson Ficher
25/03/2025
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O Brasil tem uma curiosa capacidade de destruir suas próprias iniciativas promissoras.

Em um contexto onde o mundo se prepara para uma nova corrida armamentista, o país parece ter perdido grandes oportunidades de se consolidar como um player relevante na indústria de defesa global.

O potencial perdido do Brasil nas décadas passadas

Na década de 90, o país já demonstrava um enorme potencial para se destacar nesse setor.

O Instituto Militar de Engenharia (IME) estava à frente de pesquisas avançadas, como o desenvolvimento de drones e sistemas de sensores para monitoramento de áreas sensíveis, como a fronteira amazônica e presídios.

No entanto, o principal desafio não era a falta de capacidade técnica, mas a falta de reconhecimento e apoio por parte do governo e das Forças Armadas.

Como apontado pelo jornalista Luís Nassif, o Estado brasileiro frequentemente ignorava as inovações tecnológicas internas e a contribuição dos institutos de pesquisa, o que impediu que o país aproveitasse seu verdadeiro potencial nesse setor estratégico.

A perda de grandes empresas brasileiras

Essa realidade não é um fenômeno isolado.

Ao longo das décadas, o Brasil perdeu oportunidades de transformar sua indústria de defesa em um pilar essencial para seu desenvolvimento econômico.

No auge de sua capacidade de inovação, empresas como a Engesa, responsável pelo carro de guerra Cascavel, e a Avibrás, reconhecida mundialmente pelo sistema de artilharia Astros II, foram fundamentais para colocar o país em um cenário global de defesa.

Além disso, a Embraer, uma gigante brasileira da aviação, se tornou uma das maiores fabricantes de aeronaves do mundo.

Contudo, uma série de erros administrativos e falta de visão estratégica fizeram com que muitas dessas empresas perdessem o apoio governamental necessário para se manterem competitivas.

O cenário atual e os desafios enfrentados pelo Brasil

Atualmente, as perspectivas parecem ainda mais sombrias.

A Avibrás, uma das últimas sobreviventes dessa época de ouro, encontra-se em um processo acelerado de desmonte, com negociações para sua venda para investidores estrangeiros.

Esse cenário ocorre justamente em um momento onde o mundo experimenta uma nova corrida armamentista.

Em 2024, os orçamentos de defesa europeus aumentaram 11,7% em termos reais, com a OTAN incentivando seus membros a cumprirem uma diretriz de gastos de defesa de 2% de seu PIB.

O Japão e a Coreia do Sul, que começaram a investir em suas indústrias de defesa mais recentemente, estão se tornando grandes exportadores de armas, o que demonstra a tendência crescente de fortalecer o setor de defesa ao redor do mundo.

A situação atual: desafios e incertezas no Brasil

Apesar de o Brasil ter sido pioneiro em algumas tecnologias de defesa, a falta de uma política pública consistente para o setor gerou consequências negativas para seu desenvolvimento.

O Brasil é um exemplo claro de como a falta de continuidade nas estratégias de defesa pode levar a um retrocesso significativo em um setor estratégico para qualquer nação.

Ao invés de fortalecer suas empresas de defesa, o país acabou permitindo que elas se enfraquecessem ou saíssem do mercado, o que colocou a indústria de defesa nacional em uma posição extremamente vulnerável.

O avanço global na corrida armamentista

Enquanto isso, o mundo avança na corrida armamentista, e os países europeus, especialmente os membros da OTAN, estão cada vez mais centrados em fortalecer suas capacidades militares.

Em janeiro de 2024, um documento secreto das forças armadas alemãs previu uma possível guerra direta entre a OTAN e a Rússia no verão europeu de 2025, o que impulsionaria ainda mais a demanda por tecnologias militares avançadas.

Robert Bauer, chefe do comitê militar da OTAN, declarou que a organização precisa passar por uma transformação para enfrentar desafios bélicos mais complexos, como a iminente ameaça da Rússia.

A situação não é diferente no Brasil, onde o governo ainda se mostra desatento ao potencial da indústria nacional de defesa.

O que falta para o Brasil retomar sua posição de destaque na indústria de defesa?

Hoje, o Brasil enfrenta um dilema em relação à sua segurança nacional.

A falta de investimentos no setor e a dependência crescente de fornecedores externos colocam o país em uma posição delicada, com o risco de perder sua soberania tecnológica e industrial em áreas-chave.

O governo brasileiro, em vez de incentivar e fomentar a inovação interna, parece estar mais preocupado com questões políticas e econômicas que afastam o país de sua independência tecnológica.

O futuro da indústria de defesa no Brasil

Em um cenário global em que a indústria de defesa será um motor essencial de investimentos e inovações, o Brasil precisa urgentemente de um plano de reindustrialização e reorientação de suas forças armadas e empresas para enfrentar os desafios do futuro.

Investir em novas tecnologias, como drones, submarinos nucleares e outros sistemas avançados, seria uma maneira de garantir que o país esteja preparado para os conflitos do futuro, sem depender de potências estrangeiras para sua defesa.

O momento é agora.

O Brasil precisa fazer as escolhas certas para garantir seu lugar no futuro da indústria de defesa global.

Caso contrário, continuará a ser um espectador em um cenário internacional cada vez mais competitivo e militarizado.

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