Dezenas de aeronaves de ataque A-10 Thunderbolt II, conhecidas como “Vaca de Guerra”, foram mobilizadas pelos Estados Unidos para o Oriente Médio no último fim de semana. A operação envolve mais de 300 aviadores da 124ª Asa de Caça da Guarda Aérea Nacional de Idaho, enviados em 29 de março para a região sob responsabilidade do Comando Central dos EUA, com foco em missões de segurança e proteção dos interesses norte-americanos no exterior.

A movimentação acontece apenas dois dias após a Força Aérea dos EUA confirmar a chegada de bombardeiros furtivos B-2 Spirit na ilha de Diego Garcia, localizada dentro do raio de alcance de alvos no Iêmen. Os deslocamentos são interpretados como parte de uma ofensiva coordenada diante da crescente tensão com os rebeldes Houthis, especialmente após os ataques contra interesses dos EUA e aliados na região.

As aeronaves A-10, projetadas para ataques de precisão e suporte aéreo próximo a tropas terrestres, são reconhecidas por sua letalidade e resistência em combates de baixa altitude. Equipadas com o canhão rotativo GAU-8 Avenger de 30 mm, capaz de disparar até 3.900 projéteis por minuto, as A-10 podem destruir veículos blindados e tanques em segundos. Além disso, são armadas com mísseis AGM-65 Maverick, bombas guiadas a laser e munições cluster, o que amplia seu alcance e versatilidade no campo de batalha.

Desde sua estreia na Guerra do Golfo, em 1991, o A-10 tem sido fundamental em operações no Oriente Médio, como as realizadas em 2016 durante a Operação Inherent Resolve e em 2020, na Operação Freedom’s Sentinel. Sua eficácia em combate já garantiu sobrevivência mesmo após ser atingido por armas antiaéreas, mantendo a aeronave funcional graças aos seus sistemas críticos protegidos.

A atual mobilização marca mais uma grande operação da 124ª Asa de Caça, que deve começar a substituir sua frota de A-10 por caças F-16 a partir de 2027. A aposentadoria da aeronave está prevista para o outono de 2026, após mais de três décadas de atuação. A movimentação estratégica acontece em meio ao agravamento do cenário no Oriente Médio, que inclui o conflito entre Israel e Hamas, iniciado em outubro de 2022, e sucessivas ações hostis de milícias na região.

A informação foi divulgada por “AmericanTacticalFighter”, que reportou o envio das unidades da Guarda Aérea Nacional de Idaho para a região do Comando Central dos EUA. O objetivo é reforçar a prontidão das forças americanas em um momento de crescente instabilidade geopolítica.

O reposicionamento das A-10 no Oriente Médio demonstra a intenção dos Estados Unidos de manter presença aérea eficaz e dissuasiva na região, enquanto continuam a responder às ameaças emergentes representadas por grupos armados hostis como os Houthis.