A FAB analisa atualmente oito propostas firmes para aquisição de um novo modelo de caça, com o objetivo de substituir as aeronaves F-5 Tiger II e AMX A-1, operando ao lado do F-39 Gripen E.
O plano da FAB é adquirir um segundo e possivelmente um terceiro modelo de caça, buscando padronização e eficiência. A meta é alcançar 72 aeronaves, complementando o lote de 36 Gripen E já encomendados.
Além de diversificar fornecedores, o comando da FAB deseja um caça mais barato que o Gripen E, cujo custo gira em torno de US$ 85 milhões.
Proposta indiana inclui Tejas Mk2 e offset com KC-390
A Índia ofereceu o caça leve HAL Tejas Mk2, modelo de quarta geração, como parte de um pacote de compensações pela possível compra de 80 unidades do cargueiro brasileiro KC-390. O pacote incluiria ainda baterias antiaéreas Akash NG com transferência de tecnologia.
A FAB estuda a proposta com atenção, especialmente pelo interesse do governo brasileiro em expandir relações com a Índia, país considerado neutro no cenário geopolítico.
França oferece Rafale com pacote industrial completo
A proposta francesa inclui 24 caças Rafale, 50 helicópteros Airbus H145, 36 obuseiros Caesar e um submarino Scorpene adicional. O diferencial está na promessa de transferência de tecnologia do reator nuclear miniaturizado, essencial para o avanço do submarino nuclear brasileiro.
Do ponto de vista industrial, a proposta reforça fábricas nacionais como a Helibras, em Minas Gerais, e o estaleiro ICN, no Rio de Janeiro. No entanto, manteria a FAB totalmente dependente da OTAN.
China propõe J-10 em troca de uso da base de Alcântara
A China ofereceu caças Chengdu J-10, com tecnologia local, isentos de sanções da OTAN. O diferencial está no modelo de permuta: os aviões seriam entregues ao Brasil em troca do uso do Centro de Lançamento de Alcântara para fins civis.
A proposta permitiria à FAB operar com um modelo fora do eixo ocidental, fortalecendo relações com o principal parceiro comercial do Brasil.
Rússia apresenta Su-35 e Su-57 na LAAD 2025
A delegação russa apresentou os caças Su-35 e Su-57 na feira LAAD. O Su-35 é um caça pesado com grande autonomia, enquanto o Su-57 é de quinta geração e furtivo. Ambos oferecidos com possibilidade de cooperação estratégica.
As desvantagens envolvem risco de sanções pela lei CAATSA dos EUA e possíveis atrasos de entrega devido à guerra na Ucrânia. Ainda assim, seria a chance de a FAB entrar na era dos caças furtivos.
Itália e Paquistão também buscam espaço
A Itália propôs o caça LIFT M-346 FA, mais voltado ao treinamento, e a Marinha também seria contemplada. Já o Paquistão ofereceu o JF-17 Thunder, considerado o melhor em custo-benefício, com preço estimado de US$ 25 milhões por unidade.
Ambas as propostas são vistas como acessíveis, mas levantam questões técnicas e políticas. O JF-17, por exemplo, poderia gerar reação indiana que afetaria o contrato dos KC-390.
Suécia tenta emplacar versão mais barata do Gripen
A Saab ofereceu o Gripen C, versão mais barata e com peças compatíveis com o Gripen E. A opção facilitaria a logística, mas tem custo elevado e menor capacidade em comparação a concorrentes.