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Rússia surpreende o mundo ao admitir que tanques T-72 e T-90 estão sendo reforçados com areia e cimento devido à falta de blindagem explosiva

Relatório do instituto NII Stali revela o colapso da indústria bélica russa: sem acesso a explosivos para blindagem, tanques são enviados ao front com compartimentos vazios ou cheios de concreto. O resultado? Mais perdas, mais deserções e moral em queda

por Noel Budeguer
15/05/2025
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Uma revelação vinda de Moscou causou surpresa nesta semana. O Exército russo reconheceu que enfrenta uma escassez crítica de blindagem reativa explosiva (ERA) para seus tanques. Como medida emergencial, engenheiros estão orientando tropas a preencher lacunas nos painéis de blindagem com areia ou cimento.

A informação foi confirmada por um relatório do instituto russo NII Stali, especializado em proteção balística. A situação expõe problemas logísticos e industriais profundos, agravados pela longa guerra contra a Ucrânia.

O que é ERA — e por que a areia não substitui explosivos

O ERA foi um divisor de águas na defesa de tanques desde os anos 1980. Sua função é simples: detonar no momento do impacto de mísseis, dissipando a força antes que penetre o casco. Contra armas como o Javelin americano, esse sistema provou ser vital.

Mas há um problema: cada módulo ERA só funciona uma vez. Após a explosão, aquela parte do tanque fica vulnerável.

Sem acesso a componentes para repor essas peças, a Rússia passou a explorar alternativas. A principal: o NERA — blindagem reativa não explosiva. Em vez de explodir, ela absorve o impacto com materiais como borracha ou camadas metálicas deformáveis. É menos potente, mas pode resistir a múltiplos ataques.

Mesmo assim, o estudo do NII Stali admite que, diante da escassez de ambos os sistemas, soldados estão sendo orientados a preencher os módulos vazios com areia ou concreto. Medida que não oferece real proteção contra mísseis modernos.

Improviso no campo de batalha

Fotos analisadas por especialistas independentes confirmam o uso desses preenchimentos. Tanques T-72 e T-90 destruídos na Ucrânia exibem buracos visivelmente preenchidos com materiais improvisados.

Em muitos casos, os compartimentos onde havia ERA estão completamente expostos — ou foram tampados com concreto mal aplicado.

Esses relatos circulam há meses em fóruns OSINT (de inteligência de fontes abertas). Mas agora vêm respaldados pelo próprio instituto responsável por projetar blindagens russas.

O colapso da cadeia de suprimentos

A escassez tem raízes claras: três anos de guerra e sanções ocidentais minaram a indústria de defesa russa. A produção de ERA exige explosivos sofisticados e componentes de alta precisão. Ambos agora são escassos.

Ataques ucranianos contra fábricas em solo russo e o bloqueio de insumos via sanções agravam o problema.

O NII Stali, com sede em Moscou, participou da concepção de blindagens desde os tempos soviéticos. Projetou sistemas para tanques como o T-64, o T-72, o T-90 e até o avançado — porém escasso — T-14 Armata.

Mas nem esse instituto conseguiu manter o fornecimento em ritmo suficiente para compensar as perdas em campo.

Números que expõem a crise

Segundo o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), a Rússia já perdeu mais de 3700 tanques desde 2022. O grupo Oryx, que documenta perdas visuais, registrava 3387 tanques russos destruídos ou capturados até o fim de 2024.

Para compensar essas perdas, o Kremlin reutiliza tanques antigos, como os T-62 e T-55, modelos das décadas de 1960 e 1950. Mas modernizá-los ao padrão atual é quase inviável.

Enquanto isso, o tão propagandeado T-14 Armata — apresentado como o tanque do futuro — mal saiu da linha de produção. Estima-se que menos de 20 unidades estivessem operacionais até 2022.

A realidade no front: T-72 e T-90 improvisados

A espinha dorsal da força blindada russa continua sendo os T-72 e T-90. O T-72, lançado na década de 1970, atinge 60 km/h e possui canhão de 125 mm. Mas sem ERA, sua blindagem oferece pouca resistência a mísseis modernos.

O T-90, uma versão melhorada com ERA Kontakt-5 e sistema de controle de tiro atualizado, também não tem resistido bem. Armas como o Javelin, o NLAW britânico e até drones FPV destroem essas máquinas com facilidade crescente.

O pesadelo dos drones e mísseis antitanque

Na guerra atual, a superioridade não depende apenas de quantidade, mas de tecnologia e adaptabilidade. Drones baratos, equipados com explosivos, eliminam tanques de milhões de dólares com precisão cirúrgica.

O Javelin, por exemplo, ataca de cima — onde o blindado é mais frágil — e muitas vezes contorna completamente a proteção ERA. Drones FPV ucranianos seguem o mesmo princípio: precisão barata e devastadora.

Com painéis vazios ou cheios de areia, os tanques russos tornaram-se alvos fáceis. O resultado? Mais destruição, mais baixas e moral em queda.

Tropas abandonam tanques para sobreviver

Dados compilados pelo Oryx mostram que mais de 1100 tanques russos foram abandonados até o início de 2025. Em muitos casos, as tripulações preferem sair do veículo do que enfrentar uma morte certa.

Essa mudança de comportamento indica que a confiança no blindado desapareceu. E sem blindagem confiável, o tanque deixa de ser um símbolo de poder — e passa a ser um caixão sobre esteiras.

Mudança de tática e efeito dominó

Com a vulnerabilidade dos blindados, generais russos têm ajustado a estratégia. Mais ataques com infantaria, mais artilharia e menos exposição de tanques.

Mas esse desvio tem custo. O desgaste humano é maior, os avanços são mais lentos e o impacto psicológico cresce. A guerra moderna exige veículos resistentes, conectados e protegidos — não sucata improvisada.

O futuro do poder blindado russo

A crise atual levanta dúvidas sobre a viabilidade da doutrina blindada russa. Por décadas, Moscou investiu pesado em tanques como pilar do combate terrestre. Agora, essa doutrina está sendo desafiada por uma nova realidade tecnológica.

Alguns analistas sugerem que a Rússia poderá investir mais em veículos não tripulados de combate, área onde os EUA estão anos à frente. Outros apostam em colaboração com a China, que opera o tanque Tipo 99 com blindagem composta moderna e avançada eletrônica.

Uma lição global para os exércitos do século XXI

Para o Ocidente, a situação russa serve de alerta. O Exército dos EUA, por exemplo, equipa seus tanques M1 Abrams com uma combinação de blindagem passiva, ERA e o sistema Trophy — capaz de interceptar projéteis antes do impacto.

É um exemplo claro de como tecnologia, logística e treinamento precisam andar juntos. Sem isso, até o maior dos exércitos pode acabar… preenchendo tanques com areia.

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