A recente polêmica envolvendo soldados do Exército Brasileiro sendo usados como “pilastras humanas” para segurar barras de salto durante treinamentos de equitação de oficiais não apenas gerou indignação nas redes sociais, mas também contraria regras oficiais do hipismo.
De acordo com o Regulamento de Salto da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), documento que rege as práticas e competições de hipismo no país, é expressamente proibido que pessoas segurem qualquer parte dos obstáculos durante as provas e treinamentos.
O que diz o regulamento oficial
“… Prova de Salto de Obstáculos: Todos os obstáculos devem ser marcados com bandeiras vermelhas e brancas. Nenhuma parte do obstáculo pode jamais ser segurada por qualquer pessoa. Estes obstáculos não podem ser elevados em mais de 10 cm acima da altura permitida na Prova de Salto.”
Esta regra não existe por acaso. As barras utilizadas no hipismo são construídas especificamente para cair ao menor contato, como forma de proteger tanto o cavalo quanto o cavaleiro em caso de colisão. Quando uma pessoa segura a barra, este mecanismo de segurança é anulado, criando riscos significativos.

Os riscos da prática
Especialistas em equitação alertam para os perigos desta prática. Cavalos pesam em média 500 kg e, durante um salto, podem causar ferimentos graves caso haja qualquer tipo de acidente. O simples toque de um cavalo nesta velocidade pode resultar em fraturas sérias, trauma craniano ou até mesmo esmagamento para a pessoa que estiver segurando o obstáculo.
É justamente por isso que as regras internacionais e nacionais de hipismo são rigorosas quanto à proibição de pessoas segurando qualquer parte dos obstáculos. Em competições oficiais, esta prática resultaria em desclassificação imediata.
Contexto da polêmica

A polêmica surgiu após a publicação de imagens de uma cerimônia na Escola de Equitação do Exército, onde soldados aparecem segurando manualmente barras de salto enquanto oficiais realizam percursos montados. O evento foi identificado como parte da tradicional “Formatura das Esporas Douradas”.
A prática, além de contrariar as normas da Confederação Brasileira de Hipismo, levantou debates sobre hierarquia, segurança e dignidade dentro das Forças Armadas, gerando ampla repercussão nas redes sociais e na imprensa.
Até o momento, o Exército Brasileiro não se manifestou oficialmente sobre o caso, mas a controvérsia continua gerando discussões sobre a necessidade de modernização de certas práticas militares para alinhá-las com padrões contemporâneos de segurança.