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Salto fatal em operação do Exército mata militar de 23 anos e deixa dez feridos, gerando comoção nacional

Em pleno exercício da elite paraquedista do Exército, uma fatalidade surpreendente interrompeu a rotina militar em Goiás e levantou questionamentos sobre os riscos silenciosos por trás de manobras que envolvem técnica, resistência e exposição a fatores imprevisíveis.

por Alisson Ficher Publicado em 06/06/2025
Salto fatal em operação do Exército mata militar de 23 anos e deixa dez feridos, gerando comoção nacional

Em meio aos céus de Goiás, um treinamento de rotina das Forças Armadas brasileiras terminou em tragédia e trouxe à tona os riscos ocultos por trás das manobras militares que, muitas vezes, passam despercebidos aos olhos da população.

Segundo informações do portal ”Metrópoles”, durante a Operação Saci 2025, um exercício da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército Brasileiro, um jovem militar perdeu a vida após um salto mal sucedido.

Além disso, outros dez militares ficaram feridos, transformando uma missão de aperfeiçoamento técnico em um episódio marcado por dor, luto e questionamentos sobre segurança nos treinamentos.

Jovem militar morre em salto e causa do acidente ainda é investigada

A vítima fatal foi Leonardo Cristia Silva da Cunha, de apenas 23 anos.

Natural do Rio de Janeiro, Leonardo era casado e pai de uma criança com menos de três anos.

O jovem servia ao Exército com dedicação e entusiasmo, conciliando a carreira militar com um pequeno negócio familiar que mantinha com a esposa em sua cidade natal.

De acordo com os relatos iniciais, Leonardo teria morrido afogado após cair em uma represa durante o salto, realizado no município de Mozarlândia, interior de Goiás, em 27 de maio. Apesar da rápida mobilização da equipe de resgate, não foi possível salvar o soldado.

O Instituto Médico Legal (IML) ainda irá confirmar a causa oficial da morte, embora os indícios apontem para afogamento como consequência direta de uma falha ou imprevisto na operação de salto.

Operação Saci 2025: o que é e como funciona

A atividade que resultou na tragédia faz parte da Operação Saci, um exercício militar que ocorre anualmente e que, em 2025, foi programado para acontecer entre os dias 26 de maio e 6 de junho.

A operação é conduzida pela Brigada de Infantaria Paraquedista, tropa de elite do Exército Brasileiro especializada em infiltração aérea e ações de choque.

Os treinamentos simulam cenários de combate, saltos de alta complexidade e testes físicos intensos.

Durante a fase realizada em Mozarlândia, os militares executavam um salto coletivo com paraquedas, uma manobra que exige precisão, sincronização e resistência física.

No entanto, nesta edição da operação, ao menos 11 soldados enfrentaram complicações durante a descida, e dez deles precisaram ser hospitalizados, sendo encaminhados para unidades médicas no município de Anápolis (GO).

Exército brasileiro abre investigação interna

Em nota oficial, o Comando do Exército confirmou a abertura de um processo administrativo para apurar as causas e eventuais responsabilidades pelo acidente fatal e pelas lesões ocorridas durante o exercício.

Todas as medidas de assistência estão sendo prestadas às famílias dos militares envolvidos, em especial à família do soldado falecido”, informou a instituição.

Além disso, a corporação destacou que as atividades da Operação Saci prosseguem em outras regiões do estado de Goiás, mas com rigor redobrado nas análises de risco e nos protocolos de segurança.

A rotina de riscos dos militares paraquedistas

Apesar de parecerem meros exercícios táticos, os treinamentos de paraquedismo militar envolvem uma série de riscos à integridade física dos soldados.

As variáveis envolvidas, desde as condições climáticas até possíveis falhas técnicas no equipamento, podem transformar um salto controlado em um cenário de emergência.

O Brasil adota protocolos compatíveis com padrões internacionais, mas a execução de saltos em áreas abertas, como as do interior de Goiás, expõe os soldados a perigos naturais imprevisíveis, como corpos d’água, matas densas, ventos cruzados e irregularidades no solo.

Além disso, a alta intensidade da rotina de treinos pode levar os militares à exaustão física, o que compromete a resposta motora durante o salto e a aterrissagem.

Feridos seguem em recuperação

Até o momento, o Exército não divulgou a identidade dos dez militares que ficaram feridos, tampouco o estado de saúde de cada um deles. O que se sabe é que todos foram atendidos em Anápolis e permanecem sob cuidados médicos.

A instituição militar informou que acompanha de perto a evolução clínica dos soldados e reforçou seu compromisso com a integridade e segurança dos seus efetivos.

Alisson Ficher

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