Lusofonia da Corrupção Por Sérgio Alves de Oliveira Não vou desenvolver uma tese. Faço, sim, uma provocação para que em cima deste texto ela seja desenvolvida, talvez dentro da área da antropologia cultural. Se fosse uma tese, o escrito estaria tentando provar que a língua portuguesa é a oficial, ou cooficial, dos povos mais atrasados e corruptos do mundo. Seria ela uma espécie de maldição divina lançada sobre uma parcela da humanidade, por causas desconhecidas. O mundo de hoje conta com uma população de 7 bilhões de habitantes, identificando-se nele 6.912 línguas diferentes. Deste total, o idioma, ou língua portuguesa, é a falada por 280 milhões de pessoas, sendo a quinta do Mundo. É adotada por um país na América (Brasil), um na Europa (Portugal), cinco na África, e um “transcontinental” (Timor-Leste). O idioma deriva do latim vulgar e também é conhecido como a “língua de Camões”.
Herdeiro de um pedaço de terras do antigo Império Romano, que aos poucos foi se desmanchando para dar lugar a novos países – na fatalidade da “lei da Cissiparidade (cfe.Alyrio Wanderlei) – Portugal saiu a navegar pelo Mundo procurando novas terras para “crescer”. Teve êxito. Conquistou as terras que hoje formam o Brasil, na América do Sul, e mais Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, todos na África. Cabe ressaltar que no Hemisfério Sul do Planeta Terra é a língua mais falada. Decompondo o título deste artigo, a palavra “corrupção” talvez seja uma das mais conhecidas e vivenciadas do dicionário da língua portuguesa. Isso é natural porque é um dos “esportes” mais praticados no Brasil. ”Ganha” até do futebol (onde também acontecem muitas dessas “cositas”).
A “lusofonia” significa um conjunto de traços culturais presentes nos povos que falam a língua portuguesa, ou seja, nos oito países antes citados, num total de 280 milhões de habitantes. Pois bem, acaba de ser divulgado o “Ranking Mundial da Corrupção”, emitido pela ONG Transparência Internacional, sediada em Berlim. Esse “ranking” foi feito mediante critérios não muito bem definidos e confiáveis. Contestei a posição brasileira que foi muito “generosa” (69º lugar) para tanta corrupção que por aqui acontece. Talvez tenham atuado “forças ocultas” que “molharam”algumas mãos dos responsáveis pelo citado “ranking”.
Mas mesmo em se aceitando esse “ranking” como próximo da verdade, dele emerge uma conclusão estarrecedora: a língua portuguesa é a LÍNGUA-MÃE da corrupção. O índice da corrupção dispara nos países de fala portuguesa. “Matando a cobra e mostrando o pau”: Os 280 milhões que falam português no Mundo representam 4% da população mundial (7 bilhões). Apesar dos países lusófonos não integrarem os dez mais, nem os dez menos corruptos do “ranking”, na média geral, sem dúvida, a língua portuguesa é a que mais tem medalhas de ouro nessa competição.
Neste sentido estou pensando seriamente em propor a substituição da língua portuguesa como oficial no país que deverá inevitavelmente surgir a partir dos 3 Estados Sulistas do Brasil, no pleno exercício dos direitos de soberania. É mais uma “maldição”, como Brasilia, da qual temos que nos livrar. Ora,o atraso e a corrupção – males que corroem a estrutura da sociedade brasileira – têm íntimas ligações com a política da carga tributária definida e cobrada pelos poderes públicos competentes. Aqui os impostos e outros tributos são tão altos que deles a sociedade civil se tornou semi-escrava. Até existem alguns outros países que têm carga tributária um pouco mais elevada. Mas nestes há um efetivo retorno à sociedade em forma de contraprestação estatal. Portanto,há efetivo retorno. Não é o caso da pátria “tupiniquim”. “Eles”cobram muito e quase nada retorna. As maiores quantias “ficam” para sustentar um gigantesco e ineficiente aparato estatal,onde as diferenças de remuneração vão aos extremos dos irrisórios aos super-salários.
Outra parte do “grosso” desta arrecadação espúria fica disponível para usos ilícitos diversos. É o que se entende por CORRUPÇÃO. Os “restos”,as “migalhas”,o que “sobrou” ,o que não foi consumido na folha de pagamento e na corrupção,retornam à sociedade em forma de obras públicas e outros serviços. Não há,portanto,correspondência entre a arrecadação e o que a sociedade recebe em contraprestação. Dinheiro,no Brasil,é algo muito raro, monopolizado pelo Governo, pelos bancos e pelos corruptos. A sociedade civil se “vira como pode”, usando muito seus próprios bens (objetos) como moeda de troca. Quase voltamos à época do “escambo”, onde as moedas eram as próprias mercadorias trocadas. Vê-se, por conseguinte, que há íntima relação entre tributos e índice de corrupção. A folha de salários da corrupção é tão alta que os cofres públicos precisam estar sempre cheios, muito cheios. E como eles são enchidos? Com os tributos (impostos, taxas, etc.), é óbvio. Quem paga? –claro,o trouxa do brasileiro. Sérgio Alves de Oliveira
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